O economista Miguel Daoud, analista da Global Financial Advisor, disse nesta terça-feira (27) a internautas do G1 que "se eu dissesse [há um ano] para entrar na Bolsa, me internariam".
Segundo ele, no auge da crise financeira, há um ano, ninguém esperava que em apenas um ano a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) subiria 120%.
Depois da falência do banco americano Lehman Brothers, e sob influência do pânico mundial com as dificuldades de instituições financeiras, o índice Ibovespa, referência para o mercado nacional, atingiu 29.435 pontos há exatamente um ano. Desde então, porém, mostrou forte recuperação.
O economista acredita que "sempre é hora de entrar na Bolsa", desde que o investidor escolha empresas sólidas e se planeje para manter o investimento a longo prazo. "Você deve tentar ver o que a sociedade precisa e comprar ações de empresas que produzam isso. Mas as pessoas só pensam se a ação vai subir 120% ou não", diz ele.
E ele alerta: "As pessoas pensam, se a Bolsa já subiu 120% vai subir mais 120%, mas não é assim". Para Daoud, porém, é "fácil" ganhar dinheiro na Bolsa. "Você só perde se não tiver a paciência de ficar e manter sua posição."
Crise
O economista explica que, há um ano, havia uma espécie de pirâmide de derivativos (instrumentos financeiros) que ruiu. "Havia US$ 680 trilhões no sistema financeiro mundial em crédito", diz ele. "Mas era dinheiro que um empresta para o outro, que empresta para o outro, até 12 vezes. Não era dinheiro real", diz Daoud. "Quando alguém deixa de pagar, se quebra a confiança e todos são atingidos."
No Brasil, porém, segundo ele, os bancos não fizeram apostas desse tipo, mas o país foi atingido indiretamente pela falta de crédito no mercado internacional. "E, claro, a Bolsa refletiu o mau humor do investidor. Quem vai entrar na bolsa tem que estar atento e saber que mesmo que a ação cair, ela pode se recuperar a longo prazo", diz Daoud.
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