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A japonesa Yamato Life Insurance, uma seguradora de médio porte de capital fechado, entrou com pedido de falência nesta sexta-feira, tornando-se a primeira instituição financeira do Japão a quebrar por conta da turbulência do mercado gerada pela crise das hipotecas de alto risco.

Ministros japoneses e participantes do mercado disseram que a Yamato, que buscou investimentos de alto risco, não é uma empresa típica do setor de seguros do Japão e que o colapso da companhia não significa que outras instituições financeiras terão o mesmo destino.

"Ela não caiu porque o sistema financeiro do Japão não está funcionando corretamente ou porque a liquidez do Japão secou ou qualquer motivo como esses", disse Masanaga Kono, um estrategista da Société Générale Asset.

"Eu duvido que outras companhias tenham assumido tanto risco", acrescentou.

O ministro da Economia, Kaoru Yosano, informou que não existem outras seguradoras no país com problemas. "É a menor companhia do setor de seguros de nosso país", disse ele a jornalistas. "O incidente é o colapso de uma companhia que tinha um modelo de negócio único".

A queda da Yamato aconteceu em meio a uma forte desvalorização da bolsa de Tóquio, que despencou 10 por cento, e também diante de um aumento nos temores dos investidores de que a intensificação da turbulência dos mercados leva o mundo a uma recessão.

A falência da companhia foi a quinta maior deste ano em termos de dívida e marca o mais recente caso de colapso de seguradora japonesa desde a Tokyo Life em 2001, informou a empresa de pesquisa Teikoku Databank.

A Yamato informou que vinha ativamente buscando retornos de investimentos para cobrir altos custos operacionais, alocando uma proporção relativamente alta de seus investimentos em ativos alternativos, incluindo fundos de hedge.

"A queda mundial no valor dos ativos disparada pelas hipotecas de alto risco foi surpreendentemente grande", disse o presidente da Yamato, Takeo Nakazono, em entrevista a jornalistas.

A Yamato informou que seu prejuízo líquido no primeiro semestre é estimado em 11 bilhões de ienes e seu valor líquido negativo, o quanto as dívidas da empresa excedem seus ativos, deve ter somado 11,5 bilhões de ienes ao final de setembro.

A maior parte dos 170 mil contratos individuais da Yamato serão protegidos pela Life Insurance Policyholders Protection Corporation do Japão, mas o dinheiro assegurado e os benefícios a serem pagos podem ser cortados, informou um porta-voz da Yamato.

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