Quem resolve disputar uma vaga de motorista numa grande transportadora precisa enfrentar uma seleção digna de cargos de nível superior: avaliação de histórico profissional, teste psicotécnico, prático e teórico, além de duas semanas de viagem acompanhado de instrutor. Ter concluído o ensino médio também é recomendável. "Hoje é preciso atender o cliente, por isso damos dois cursos anuais aos nossos funcionários, um de direção defensiva e outro de qualidade no atendimento", explica Gilberto Cantú, proprietário da Diamante Transportes, com sede em São José dos Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O caminhoneiro Ataíde Roque, há 12 anos na profissão, trabalha hoje na Diamante, mas diz que não foi fácil conseguir o emprego. "Fui indicado por um amigo, fiz o teste e consegui. Mas foi difícil." Ele lembra que, quando começou, não havia computador de bordo nos caminhões. "Agora é rastreado, existem regras, horário e rotas para seguir." Para se adaptar, Roque foi aprendendo sozinho e fazendo alguns cursos. Agora ele vai receber R$ 850 por mês, mais o valor da comissão, que não sabe quanto ainda vai dar. Em seu último trabalho, ele conseguia R$ 1,3 mil, contando as comissões.
Cantú, da Diamante, explica que há várias exigências em todas as grandes transportadoras. "Já fomos mais rígidos. Pedíamos cinco anos de experiência em carreta ou truck [caminhão com carroceria que tem mais de um eixo], mas diminuímos para dois. Quando abrimos uma vaga aparecem 20 pessoas, mas quase todas sem qualificação."
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