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Processadores

Será o fim do núcleo único?

A resposta é não, mas a indústria aposta alto em dual e quad core

Vídeo | Reprodução/TV Globo
Vídeo (Foto: Reprodução/TV Globo)

Rio de Janeiro – Uma pesquisa da consultoria IT Data, divulgada semana passada, revelou que, em tempos de efervescência nas vendas de computadores – no ano passado, segundo o IDC, foram vendidas sete milhões de máquinas no Brasil – o preço ainda é o primeiro item na lista do consumidor quando este decide sair às compras atrás do sonhado micro doméstico.

Segundo o estudo, o brasileiro ainda tem pouco conhecimento de tecnologia e acaba mesmo é seduzido pelas ofertas. Além de o preço menor doer menos no bolso, o consumidor não sabe diferenciar processadores e outros componentes das máquinas. Não foi à toa, portanto, que o mercado decidiu mudar sua estratégia de vendas. Agora, não se fala mais em velocidade, por exemplo. O Gigahertz foi substituído pelas marcas e pela divulgação da performance dos processadores. Assim, em anúncios de jornais e de televisão, os chips são vendidos pela marca, não mais pela velocidade.

Principal fabricante de chips do mercado, a Intel lançou toda uma família de novos processadores de núcleos duplos e, agora, quádruplos. A intenção é simplificar a compra, retirando das configurações dos micros a especificação de velocidade e a substituindo por marcas como Intel Core 2 Duo e Quad Core, além da linha profissional vPro. Em agosto de 2006, veio o primeiro anúncio da nova família com núcleo duplo (Core 2 Duo); em novembro, a Intel deu início ao que chamou de "A era quad core", ou seja, a chegada dos processadores com quatro núcleos.

"Os produtos com mais de um núcleo já estão disponíveis para desktops, notebooks e servidores, trazendo melhor desempenho e menor consumo de energia, já que quanto maior o clock, maior o consumo desta. A intenção é acabar com a referência do gigahertz. Antes, você acabava tomando o maior clock pelo melhor processador. Hoje, a primeira coisa a fazer, quando se compra um micro, não é olhar o clock, e sim a arquitetura e a marca", diz Elber Mazaro, diretor de Marketing da Intel para o Brasil.

Mas será que o brasileiro já sabe o que significa Dual Core, Quad Core e Multi Core? Indo além: será que ainda vale a pena comprar um computador com processador de núcleo simples, uma vez que já há modelos à venda de núcleos duplos saindo por R$ 2.400, R$ 2.500?

"O Brasil ainda é um mercado focado em tecnologias velhas. No fim de 2006, começamos a trabalhar pensando na reposição das máquinas, com a ajuda da isenção fiscal de PIS/Cofins, que agora vai até R$ 4 mil. Isso permite que o consumidor possa adquirir máquinas melhores por preços menores" diz Juan Jimenez, vice-presidente do Grupo de Computação Pessoal da HP Brasil.

Para Jimenez, hoje uma máquina rodando processador Dual Core já é suficiente pelo menos para aplicações básicas, como acesso à internet. Segundo ele, por um bom tempo a tecnologia de núcleos múltiplos ainda vai ficar restrita às workstations (estações de trabalho). "Para casa, é importante que a máquina seja a mais completa possível: que tenha um bom processador, mas também tenha mais HD e memória RAM. Quem deseja o micro para jogar, por exemplo, deve pensar em uma boa placa de vídeo. Para gravar programas de TV, um HD grande é importante. O que importa é o perfil de uso e não a quantidade de núcleos", diz Jimenez.

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