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Preços dos combustíveis favoreceram três deflações consecutivas, algo que não se via desde 1998| Foto: Jonathan Campos/Arquivo/Gazeta do Povo/Arquivo

Setembro registrou a terceira deflação seguida. Os preços caíram 0,29%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), puxados pelos combustíveis. É a terceira queda consecutiva e um cenário que não ocorria desde 1998. No acumulado do ano, os preços têm uma alta de 4,09% e em 12 meses, eles variaram 7,17%, a menor oscilação desde abril de 2021.

A queda nos preços se mostrou mais disseminada do que nos meses anteriores. Dos nove grupos pesquisados, quatro apresentaram queda: comunicação (-2,08%), transportes (-1,98%), alimentação e bebidas (-0,51%) e artigos de residência (-0,13%).

As projeções para a inflação em 2022 estão em queda há 15 semanas, segundo o boletim Focus do Banco Central (BC). Atualmente, o ponto médio (mediana) está em 5,71%. As expectativas para 2023 são de uma alta de 5% nos preços.

Corte nos preços dos combustíveis influenciou na deflação

Os três meses seguidos de deflação foram influenciados, em um primeiro momento, pelo corte nas alíquotas do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre os combustíveis, energia, telecomunicações e transporte público. Depois, outro fator que pesou foi o corte nos preços dos combustíveis nas refinarias da Petrobras.

Em setembro, também houve influência dos alimentos, que passou de alta de 0,24% em agosto para queda de 0,51% em setembro, puxado pela alimentação no domicílio (-0,86%). “Os alimentos vinham apresentando crescimento desde o começo do ano, inclusive altas fortes em março (2,42%) e abril (2,06%). Essa queda de setembro é a primeira desde novembro de 2021 (-0,04%)”, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov.

Ele destaca que o produto que mais impactou neste resultado foi o leite longa vida (-13,71%), que contribuiu com -0,15 p.p. no resultado do mês: “O leite vinha subindo muito nos últimos 12 meses, especialmente em 2022, por conta do período de entressafra, a partir de março e abril, mas também por causa da guerra da Ucrânia, que aumentou muito o preço dos insumos agrícolas. Agora, com o final do período de entressafra e a volta das chuvas, aumentou a oferta do produto no mercado, o que gerou uma queda nos preços.” Apesar da queda, o produto ainda tem alta de 36,93% no acumulado dos últimos 12 meses.

Além do leite, destaca-se também a redução nos preços do óleo de soja (-6,27%). “No caso do óleo de soja, a explicação vem da redução do preço da soja no mercado internacional, que está caindo desde o final de junho”, contextualiza.

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