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Há quatro meses, o empresário curitibano Denílson Padilha Fuchs decidiu transformar em fonte de renda os passeios de veleiro que fazia com amigos e familiares no litoral paranaense. Dono de uma empresa de informática, que ainda mantém na capital, juntou suas economias para comprar mais três veleiros e oito lanchas e abriu a Vela & Aventura, empresa de turismo náutico que leva turistas para passeios por toda a Baía de Paranaguá. Já emprega 17 pessoas e, em meio à temporada de verão, coleciona resultados animadores.

A Vela & Aventura, que se enquadra na categoria de pequeno porte, é uma jovem representante do setor que mais cresce entre micro e pequenas empresas: o das prestadoras de serviços. Dados do Serviço de Apoio à Pequena e Microempresa (Sebrae/PR) mostram que, entre 2000 e 2004, o número de estabelecimentos desse tipo no Paraná cresceu de 86,7 mil para 113,8 mil, um avanço de 31% – superior ao crescimento total das micro e pequenas empresas, que foi de 26% no período.

Com isso, a participação do setor de serviços no total das micro e pequenas empresas cresceu de 27,3% para 28,5%, enquanto o comércio se manteve estável na liderança, com 55,8%, e a indústria regrediu de 16,9% para 15,6%. Em todo o Brasil, o movimento foi semelhante. Não há dados mais recentes, mas a tendência é que o avanço das prestadoras de serviço tenha se mantido desde então – e deve persistir nos próximos anos. Parte do estímulo deve vir da entrada em vigor do capítulo tributário da Lei Geral da Micro e Pequena Empresa, no meio deste ano. Além disso, os fatores que explicam o crescimento recente devem continuar presentes.

Um deles é o da terceirização. Grandes companhias se concentram cada vez mais em seus negócios principais, deixando para empresas terceirizadas atividades como contabilidade, limpeza, manutenção, recursos humanos, alimentação, transporte e outros. Outro aspecto é que as prestadoras de serviços são favorecidas pela busca de qualidade de vida da população, especialmente entre as classes mais altas. Exemplo disso é o crescimento de academias, clínicas de estética, escolas de línguas e artes e serviços de hotelaria, turismo e lazer – caso da Vela & Aventura.

Mas, enquanto os proprietários dessas empresas vislumbraram oportunidades e planejaram minuciosamente sua entrada no mercado, a maioria dos novos prestadores de serviços abriram suas empresas por pura necessidade. Geralmente perderam empregos na indústria ou no comércio, e passaram a se dedicar ao mesmo ofício, de forma autônoma. Em pouco tempo, boa parte deles acaba engrossando as estatísticas de mortalidade das empresas brasileiras.

Para Carlos Esteves, diretor da consultoria empresarial Go4, o que favorece a abertura de prestadoras de serviço é a baixa exigência de capital de giro – dinheiro necessário para manter estoques funcionários. "Uma prestadora requer menos tecnologia e um investimento inicial muito menor", acrescenta Sérgio Monteiro, professor de Planejamento Estratégico e Em-preendedorismo.

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