Novo perfil do consumidor e tecnologia em alta colocam shoppings na rota da mudança
- [18/08/2019] [21:00]

- [18/08/2019] [21:00]
Tempos agitados para os shoppings, que estão passando por uma fase de redefinição de estratégias e de remodelagem dos negócios. Depois dos tempos dourados registrados no início da década e da crise dos últimos anos, os estabelecimentos vivem um momento de redefinição. A hora é de transformação, apontam especialistas.
“Tão cedo não teremos um novo boom. O momento atual é de busca por respostas. Os shoppings precisam agregar valor a partir de uma nova realidade e ser um polo de atração de pessoas”, diz Ricardo Pastore, da Sustentare Escola de Negócios.
Por causa destes dias movimentados, alguns temas dominam a agenda dos executivos dos estabelecimentos comerciais: como ampliar as receitas em meio a um cenário de desaquecimento da economia, os avanços tecnológicos, a concorrência com o comércio digital e a crescente influência dos millenials no consumo.
Atualmente, segundo a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), são 563 estabelecimentos no país, que movimentam anualmente R$ 178,7 bilhões e geram 1,1 milhão de empregos.
Tecnologia impulsiona mudanças
A questão tecnológica está sendo um importante fator para esse cenário transformador. Os avanços tecnológicos romperam a separação entre o que é físico e o que é digital no momento das compras, diz Janice Mendes, diretora-executiva da consultoria GS&Malls. Isto está fazendo com que muitos shoppings invistam em soluções digitais.
“Acreditamos na importância da conexão dos mundos físico e on-line. As operações são complementares”, afirma Glauco Humai, presidente da Abrasce.
Uma das estratégias desenvolvidas é a criação de marketplaces, para aumentar o alcance do shopping para cidades que, muitas vezes, não são próximas. Experiências já vem sendo adotadas por empreendimentos como o Cidade Jardim, especializado em marcas de luxo e localizado em São Paulo, e o Parque Dom Pedro, de Campinas (SP). A rede Iguatemi também pretende aderir à estratégia.
A investida no digital também tem outro aspecto a gradual perda de relevância do aluguel das lojas e dos estacionamentos na receita dos empreendimentos. “Muita gente está deixando de ir de carro aos shoppings”, ressalta Janice.
Esta mudança no perfil das receitas é observada com muita atenção pelos shoppings. Segundo Humai, o setor vem investindo estrategicamente, com foco na melhoria dos ativos, em novas oportunidades de negócio e fontes diversificadas de renda. Áreas dos estabelecimentos estão sendo redesenhadas para atender a novas demandas dos consumidores, com locação para eventos e espaço para mídias.
Comportamento dos millenials ajuda na transformação
O comportamento dos millenials - os nascidos nos anos 80 e 90 - é outro dos drivers da mudança no setor. “Este tipo de consumidor dá mais valor a seu tempo e não vê sentido no atual modelo dos shoppings", diz o coordenador da ESPM.
Ele destaca que algumas alternativas para os shoppings são se tornar ponto de convivência e de conveniência para as pessoas. “Eles podem valorizar seu potencial tornando-se um ponto de retirada de compras online e um espaço para onde as pessoas vão para enxergar as novidades, com o objetivo de se integrar em uma jornada de compra que, cada vez mais, é omnichanel.
O perfil dos millenials é outro motivo que leva os empreendimentos redefinirem as suas estratégias. Uma das alternativas que os estabelecimentos têm encontrado é dar mais atenção ao lazer e à gastronomia no seu mix. “O millenial tende a valorizar mais as experiências”, lembra a diretora da GS&Malls.
Humai lembra que o movimento segue os novos hábitos dos consumidores que prezam, além de uma boa gastronomia, o atendimento, a segurança, o conforto e a praticidade.
Um estudo da Cielo sobre o perfil do shopper aponta que 42% dos frequentadores consomem alimentos quando visitam o shopping. Esse percentual mais do que duplica se eles vão ao cinema.
“Os restaurantes, seja em espaços gourmet ou casual dining têm se apresentado como ótima oportunidade de ancoragem para os shoppings. Eles geram fluxo, aumentam a diversidade do público e aumentam a fidelização dos clientes", diz o presidente da entidade.
Negócios em alta envolvendo shoppings
Não é a toa que os negócios envolvendo shopping centers estão em alta. Os principais players estão redefinindo as suas estratégias. A BR Malls vendeu sua participação integral em sete shoppings. Ao mesmo tempo, no final de julho, anunciou investimento de R$ 84,4 milhões para adquirir mais de um quarto das ações do shopping Iguatemi Caxias do Sul (RS), passando a ter 71% de participação no empreendimento, que atende a uma população de 4 milhões de pessoas.
Outros dois shoppings não administrados pela BR Malls deverão ser vendidos nos próximos dois meses. O objetivo é concentrar seu foco de atuação, dando prioridades a empreendimentos de maior porte, dominantes e em mercados de grande potencial de consumo.
Outro movimento recente foi o da fusão entre a Aliansce e a Sonae Sierra, que assumiu a liderança nacional no número de empreendimentos, com 40 unidades no país. "Apostamos na união dos talentos dos dois times para potencializar as oportunidades de negócios no país", disse o CEO da Aliansce Sonae, Rafael Sales, por meio de comunicado aos investidores.
“Esta mudança de cenário é um convite à consolidação”, diz Pastore. Ele lembra que havia muitas expectativas para 2019. Segundo ele, 2020 tornou-se um ponto de interrogação, pelo fato do cenário mundial ser atribulado, principalmente por causa da guerra comercial entre Estados Unidos e China e um nacional cheio de incertezas. “O governo trouxe novos ingredientes que afetam a tomada de decisão.”
O presidente da Abrasce vê o movimento de fusões, aquisições e desinvestimentos como natural. “São uma maneira de os grupos se aprofundarem em suas respectivas estratégias, tornando-as, muitas vezes, mais estruturadas e competitivas. Essas mudanças acabam gerando maior capilaridade e um mix de lojas diferenciado, que também são fatores para a estratégia digital dos empreendimentos.
Mesmo com uma economia desaquecida, a expectativa do segmento é de um crescimento de 7% nas vendas, o que supera os resultados no pré-crise. Para o segundo semestre, a expectativa é de inaugurar 11 novos empreendimentos. Seis entraram em operação na primeira metade do ano.
Comentários [ 12 ]
Willian Cardoso de Souza Jesus
± 2 dias
A minha maior surpresa é ver q a maioria dos leitores dessa matéria estão surpresos com a notícia. Não vejo como se surpreender com o mercado se adaptando a um mundo cada vez mais tecnológico. Ao contrário, é uma tendência mais do q natural. Fico feliz de ver o mercado se adaptando a essa realidade, pq a tecnologia trás mto mais benefícios do q problemas pro empreendedorismo. Mais uma prova do quão benéfico é o Capitalismo e o livre mercado. Parafraseando Mises sem ser "ipsis literis": a grande vantagem do livre mercado é q nele o consumidor é quem dita as regras, enquanto q no intervencionismo as regras são ditadas pelo Estado. Oq, convenhamos, não é algo inteligente e digno de confiança...
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Ana
± 2 dias
Os "shoppings" deveriam fazer é não cobrar estacionamento, pelo valor que cobram não é significante para sua receita, mas para o cliente faz bastante diferença. Dê uma olhada nas lojas Havan, sempre estão lotadas, não acredito que é por causa dos produtos, eu acho tudo de má qualidade e o atendimento nos caixa horrível, tem um estacionamento de fazer inveja. vc consegue estacionar e não cobram. O diferencial dela é o estacionamento. O empresário ainda não pensou que um estacionamento junto sua loja vende muito mais... Loja que não tem estacionamento, os clientes vão só por ser necessário, pois se tivesse uma concorrente com estacionamento 100% escolheria com estacionamento.
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Neto
± 2 dias
Outro dia fui fazer um programa completo no shopping Barigui: compras, cinema, jantar e diversão. Fui penalizado com 145% a mais no estacionamento (de R$ 11,00 para R$ 27,00). Alguém consegue entender essa lógica?
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Neto
± 2 dias
Depende do shopping. Barigui não precisaria cobrar mas se não cobrar no Mueller ou no Estação não haveria vagas pois quem trabalha na região iria estacionar lá. O ideal é desconto no estacionamento em função de seus gastos no shopping.
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Robson Rigonati
± 2 dias
Exatamente! Penso exatamente da mesma forma! Não precisa necessariamente ser isento, mas um voucher pra quem consome determinado valor, ou que vai ao cinema... Hoje pra ir ao cinema, o valor sempre é acrescido de no mínimo 10,00 por conta do estacionamento.
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Angelica
± 2 dias
Não entendi quais aplicativos estão levando os shoppings a mudar seus estilos.
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EDUARDO SABEDOTTI BREDA
± 2 dias
Os aplicativos de transporte. As pessoas não mais vão de carro aos shoppings, que possuem imensas áreas de estacionamento. Como as pessoas passaram a usar shoppings como centros de alimentação, também usam os aplicativos de transporte para poder beber sem precisar dirigir depois. Então os shoppings estão adaptando sua estrutura a isso, por exemplo. A reportagem não é muita clara nisso, mas essa é a linha da pensamento.
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MGarcia
± 2 dias
Estranho... redefinição... ponto de interrogação... desinvestimento... desaquecimento da economia... incertezas... Mesmo assim a a expectativa é de 7% de crescimento, superando os resultados pré-crise! Ou o negócio é uma mina de ouro, ou esses administradores de shoppings são uns otimistas malucos, ou o jornalista é um petista apocalíptico e não entende que os cães ladram e a caravana passa.
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Zyss
± 2 dias
Matéria clickbait. Vai dar um boom de fechamentos isso sim.
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Waldemiro
± 2 dias
Ainda bem que vc disse...que não quer puxar o sa.co
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Ana
± 2 dias
Não quero puxar **** desse jornal, mas a Gazeta do Povo, é o único jornal que vc pode confiar nas suas matérias, Ou seja, não são esquerda, e sempre preza pelo fato. Pode ver seus colunistas, como Rodrigo Constantino, E Alexandre Garcia.
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marcelo bergerson
± 2 dias
Minha opinião: a base de 18 é ruim o suficiente para permitir agora esse crescimento de 7%.
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