
O crescimento do crédito por meio de cooperativas vem ajudando o Sicredi a ampliar seus negócios. O sistema, o maior do país em ativos, com operação em 11 estados e 650 mil associados, vem crescendo em média a taxas de 25% ao ano e prevê quase dobrar de tamanho até 2020. O objetivo é expandir as operações em grandes cidades e elevar a carteira de crédito de R$ 37,1 bilhões para R$ 70 bilhões, segundo o diretor-executivo da central Sicredi para o Paraná e São Paulo, Maroan Tohmé.
O Sicredi assumiu, no fim do ano passado, a Unicred, do Rio, e negocia a associação de pelo menos mais duas outras cooperativas no Rio de Janeiro e três em São Paulo. Segundo Tohmé, o mercado de cooperativas de crédito deve experimentar um salto nos próximos anos e, a exemplo do que ocorreu em outros países, como na Holanda, viver um período de consolidação. "É provável que esse mercado fique mais concentrado", diz.
A previsão do Sicredi é que o seu volume de ativos passe de R$ 35 bilhões para R$ 85 bilhões e, o patrimônio líquido, de R$ 5,3 bilhões para R$ 11 bilhões nos próximos seis anos.
O modelo de cooperativismo de crédito que ganhou fôlego no Brasil há apenas dez anos ainda tem uma participação pequena no sistema financeiro nacional, mas deve avançar bastante nos próximos anos. Segundo dados do Banco Central, hoje essa participação é de cerca de 3% dos depósitos, mas poderá chegar a 10% em algumas décadas.
As cooperativas de crédito funcionam de forma semelhante a uma instituição bancária a diferença é que o cliente é associado à cooperativa, que não visa o lucro. Assim, quem contrata crédito é, ao mesmo tempo, cliente e dono do negócio. As sobras ficam para os cooperados.
Em geral, as cooperativas de crédito têm taxas de juros menores e inadimplência mais baixa, já que o cliente é associado. Segundo o Tohmé, o sucesso do modelo se ampara no conhecimento do perfil do cliente. Hoje da carteira do Sicredi, 70% são pessoas físicas e 25% são jurídicas. A cooperativa oferece praticamente todas as modalidades de crédito desde direto ao consumidor, passando pelo financiamento de automóveis, imobiliário até o adiantamento de recebíveis para empresas.
De acordo com Tohmé, a intenção é reforçar a atuação em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. "Quando olhamos a participação do Sicredi no Paraná, sem contar Curitiba, ela está em 10% dos depósitos. Quando olhamos para a capital, ela está em 5%, ou seja ainda dá para ampliar esse número", diz.



