
A alemã Siemens marcou para 1º de outubro o início de seu "realinhamento estratégico global", que vai aprofundar a atuação da empresa no setor elétrico e nas áreas de automação e digitalização industrial, e reduzir o número de divisões de negócios de 16 para nove.
Mas o Brasil não parece empolgar a direção da multinacional nessa nova fase. Seus executivos dizem, em tom protocolar, que o país continua importante dentro da estratégia traçada para os próximos seis anos. Mas não escondem que o baixo crescimento econômico e o marco regulatório inibem uma expansão mais forte dos negócios em terras brasileiras, onde a companhia tem 13 fábricas e 8 mil funcionários.
"Sim, vamos continuar a desenvolver nossas atividades no Brasil. Mas também dependemos da regulação local", disse Horst Kayser, executivo responsável pela estratégia global da Siemens. Ele deu a entender que o conjunto de leis que regem a atividade econômica e também as medidas protecionistas do Brasil são um empecilho à expansão de multinacionais no país. "Todos estão aguardando pelas eleições, e que o futuro governo consiga promover o crescimento econômico."
As recentes aquisições de uma divisão da britânica Rolls-Royce e da alemã Dresser-Rand garantiram à Siemens uma posição privilegiada no segmento de equipamentos e serviços para exploração de petróleo e gás natural. Mas os olhos da empresa estão mais atentos às oportunidades do shale gas (também conhecido como gás de xisto) na América do Norte que ao pré-sal no Brasil, dominado pela Petrobras, que tem metas de conteúdo local a cumprir. "Vamos esperar a abertura do mercado e o resultado das eleições", disse Peter Herweck, executivo-chefe da divisão de processos industriais da Siemens. O jornalista viajou a convite da Siemens.



