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indústria automobilística

Sinotruk construirá fábrica em 2012

Marca chinesa já fechou com o governo paranaense para produzir de 5 mil a 8 mil caminhões por ano na Região Metropolitana de Curitiba

A novo A7 começa a ser importado em março de 2012, com motorização que varia de 340 cv e 460 cv | Divulgação
A novo A7 começa a ser importado em março de 2012, com motorização que varia de 340 cv e 460 cv (Foto: Divulgação)

A China National Heavy Duty Truck Corporation (CNHTC), conhecida mundialmente como Sinotruk, confirmou ontem a construção de sua fábrica na Região Metropolitana de Curitiba já no segundo semestre de 2012 – uma antecipação de três anos em relação ao projeto original. Com isso, a região ganha sua segunda unidade produtora de caminhões (a Volvo está instalada na Cidade Industrial de Curitiba desde 1977).

A Sinotruk já havia adquirido um terreno de 275 mil metros quadrados em Campina Grande do Sul para a construção da fábrica, mas decidiu buscar outra área, maior e também na RMC, para receber o empreendimento – Joel Anderson, diretor-geral da Sinotruk no Brasil, não disse se um novo terreno já havia sido encontrado, nem a cidade da RMC onde a fábrica será construída. Ele também não detalhou o valor que será investido na construção da unidade.

Em um primeiro momento, a unidade funcionará em regime CKD, no qual os caminhões pesados seriam montados em solo paranaense com os componentes e kits vindos da China. Na segunda etapa, a fábrica passaria a operar com produção local. A previsão da Sinotruk é montar de 5 mil a 8 mil unidades por ano, em turno único de trabalho, para abastecer toda a América do Sul. Desde 2008, ela atua neste mercado apenas via importação. Anderson também não disse quantos empregos a fábrica vai gerar; apenas se limitou a informar que atualmente a empresa conta com 116 funcionários. "Faremos o anúncio oficial, com todos os detalhes, ainda no primeiro trimestre de 2012", prometeu.

Incentivos

O executivo e outros diretores da importadora paranaense Elecsonic, representante da marca chinesa no Brasil, irão se reunir na próxima quarta-feira e no dia 29 de dezembro com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, para buscar vantagens tributárias como contrapartida do governo federal ao investimento da Sinotruk no país. "IPI a 30% [aplicado desde ontem aos veículos produzidos fora da Argentina, Uruguai e México] foge da realidade no comércio de caminhões importados", analisa Anderson, revelando que a carga de impostos para o segmento, fora o IPI, já é de 67%. "Saíremos de zero para 30% de alíquota. É um impacto muito grande", reclama.

O executivo acredita que deixará as reuniões no ministério da Fazenda com tudo definido. A confiança vem de um encontro preliminar que teve com o ministro do Desenvolvimento, Fer­nando Pimentel. "Ele demonstrou enorme interesse em atrair investidores em curto prazo para o país", diz. Anderson também adianta que, independentemente do resultado da conversa em Brasília, o projeto da fábrica para 2012 será mantido. "Em caminhões, diferentemente de automóveis, você só é 100% bem-sucedido se fabricar no país", salienta.

Os incentivos na esfera estadual já estão acertados. O presidente mundial da Sinotruk, Jian Hua Zhang, esteve recentemente no Paraná para fechar o negócio com o governador Beto Richa. Segundo o secretário de Desenvolvimento, Indústria e Comércio do Paraná, Ricardo Barros, as reuniões em Brasília têm por objetivo apenas tentar uma flexibilização à nova política industrial automotiva, com a redução progressiva da alíquota de importação na medida em que a Sinotruk ampliasse o índice de nacionalização em seus produtos, atualmente limitado em pelo menos 65% das peças para fugir da alta do IPI.

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