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E-commerce

Site usa modelo colaborativo e atrai sebos de todo o Brasil para a internet

Plataforma de comércio eletrônico Estante Virtual tornou viáveis as vendas de pequenas livrarias. Internautas, que já foram só compradores, hoje estão à frente dos negócios pela web

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André Garcia, criador do Estante Virtual: inquietação com o

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André Garcia, criador do Estante Virtual: inquietação com o

São Paulo - A venda de livros on-line passou por uma revolução silenciosa nos últimos quatro anos. E ela não partiu de gigantes de e-commerce, mas de um carioca hoje com 31 anos que criou uma plataforma para fazer a intermediação no comércio de livros usados. Em 2005, antes de André Garcia lançar o Estante Virtual (www.estantevirtual.com.br), havia seis sebos vendendo pela internet. Hoje são 1.486, em grande medida empurrados para a web pela iniciativa de Garcia.

No mercado de livros usados dá para dividir a história entre antes e depois de Garcia. Administrador de empresas por formação, ele poucas vezes havia entrado num sebo antes de 2004, quando iniciou a vida acadêmica. Após a frustrante experiência como funcionário de empresas de telecomunicações no Rio de Janeiro, André decidiu abandonar o que ele chama de "lógica acrítica" que lhe era imposta desde a faculdade e começou a estudar psicologia social em São Paulo.

Enquanto garimpava livros de Marx, Freud, Marcuse e outros resistentes críticos com os quais se identificou, percebeu que toda a organização de livros usados em prateleiras errantes era péssima. Uma lombada para cada lado, livros perto do chão, nenhuma solução de busca e catalogação eficiente. Foi para a internet e se frustrou: apenas seis sebos vendiam on-line.

"Só grandes empresas tinham dinheiro para o desenvolvimento de um site bastante complexo, com busca, banco de dados e toda a programação para vender pela internet", afirma André. É realmente caríssimo para mortais como donos de sebos terem acervo on-line, fora que a cultura digital não é naturalmente im­­pregnada nesse tipo de comerciante.

E se André também não tinha esse dinheiro, lhe sobrava inquietação intelectual. Trocou os livros de Freud por Javascript e fez ele mesmo toda a arquitetura do site, a busca de livros e o cadastro para sebos, além do sistema de e-commerce. Quatro anos depois, os números falam pelo sucesso do negócio: 4,8 milhões de livros no acervo, 249 cidades, 300 mil buscas por dia, 97% de retornos positivos. O Estante Virtual é o melhor exemplo do que se pode chamar de comércio colaborativo. Quem nunca foi comerciante tem usado a rede para se tornar um, mesmo que eventual, o que deixa produtos mais baratos e acessíveis.

"Desbanquei a ‘elite’", anuncia André, como se o feito fosse apenas este. Ele também propagou a cultura de troca de livros pela internet, inaugurou um mercado e incrementou o hábito de pechinchar preços. Cobra apenas 5% de comissão por venda e ainda estimula o comércio 2.0 puro. Leitores do site podem vender livros "de graça", sem pagar comissão.

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