A proposta parece assustadora, mas já virou fonte de renda para pelo menos seis empreendedores ao redor do mundo. A possibilidade de guardar senhas e informações importantes para as pessoas próximas e mandar mensagens a familiares e amigos depois da morte tem atraído usuários de pelo menos meia dúzia de sites que se propõem a ser uma espécie de "testamento on-line". Alguns já reúnem milhares de usuários, e todos cobram taxas anuais que vão de US$ 10 a US$ 80 para manutenção dos arquivos.
O pioneiro é o Private Matters.com em tradução livre, "AssuntosParticulares.com". O idealizador do site, o canadense Martin Hubbard, conta que a ideia surgiu após a morte de seu pai, em 2001, quando ele percebeu que "há assuntos pessoais que ficam pendentes quando alguém próximo a você morre". O site, que conta com 3,8 mil membros de mais de 20 países diferentes inclusive do Brasil , cobra uma taxa de inscrição de US$ 70, e outros US$ 12 anuais para a manutenção das informações. Tal como outros do ramo, o PrivateMatters.com contempla tanto aspectos subjetivos, como cartas e mensagens a amigos e familiares, quanto aspectos práticos, tais como campos para que o usuário dê detalhes de seu funeral, senhas de bancos e locais em que estão guardadas apólices de seguros e documentos.
No Assetlock.net "CofreDeValores.net", em tradução livre , os aspectos práticos são os que mais atraem os usuários, como explica o criador do serviço que existe desde 2007, o norte-americano Collin Harris. "Atualizar informações importantes regularmente permite que os usuários organizem sua vida. Eles agora sabem a quem recorrer para checar senhas e acessar cópias de documentos importantes, como o testamento ou a cópia do licenciamento de um veículo."
As mensagens e informações armazenadas nos sites são enviadas a pessoas determinadas pelo usuário, por e-mail ou carta, depois da confirmação de sua morte por amigos designados para comunicar o fato. O envio das informações só é liberado após a apresentação de um atestado de óbito ao site. (EHC)
