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O Conselho de Ministros da Espanha aprovou nesta sexta-feira (13) o pacote de medidas de austeridade, de 65 bilhões, anunciado pelo presidente Mariano Rajoy na quarta-feira, em meio a novos protestos, que resultaram em seis presos e vários feridos. O pacote prevê cortes em salários e benefícios do funcionalismo, além de um forte aumento do Imposto sobre Valor Agregado (IVA, que incide sobre o consumo) a partir de 1 de setembro. Este terá um impacto no orçamento das famílias de 500 por ano, com base em dados do Instituto Nacional de Estatísticas.

A alíquota normal do IVA passa de 18% a 21%, e a reduzida - aplicável a hotéis, transportes e alimentos - sobe de 8% a 10%. A superreduzida, que afeta livros e jornais, remédios e alimentos in natura, continua em 4%. Alguns produtos, porém, mudam de categoria, e o IVA salta de 8% para 21%. Entre estes, entradas de teatro e cinema, restaurantes com show, cabeleireiros, serviços funerários e lentes de contato e óculos.

O sindicato dos servidores públicos convocou uma greve para setembro. Pela manhã, eles fizeram uma manifestação em Madri, sem incidentes.

No fim da tarde, porém, uma marcha que começou com cerca de 300 pessoas atraiu milhares de simpatizantes, que foram bloqueando ruas a caminho do Parlamento. A polícia tentou impedi-los e seis pessoas foram presas, inclusive uma mulher de cerca de 60 anos. Houve feridos, cujo número não foi divulgado. Segundo o site 20minutos.es, por volta da meia-noite havia cerca de três mil pessoas na Porta do Sol, no Centro de Madri.

Até agora, os funcionários vinham aguentando as primeiras medidas porque precisavam ser solidários, porém já chegamos ao limite. Essa situação não foi criada pelos trabalhadores, mas pelos políticos - disse Pedro, um enfermeiro de 41 anos.

Na quarta-feira, o governo anunciou uma série de medidas para economizar 65 bilhões de euros, a maior medida de corte da história da Espanha. O presidente Mariano Rajoy pretende alcançar o objetivo de reduzir o déficit público que era de 8,9% PIB (Produto Interno Bruto) em 2011 para 2,8% do PIB em 2014.

O protesto dessa sexta-feira foi ruidoso, mas pacífico e ocupou o centro da capital com o colorido bandeiras dos sindicatos, o preto das camisas dos mineiros e o verde dos professores. Houve brincadeiras com o site de vídeos Youtube e a frase "uma vez yo tuve trabalhos e direitos sociais".

A grande maioria dos funcionários públicos tem vindo a mostrar a sua discordância com as medidas governamentais que fazem os trabalhadores pagarem por uma crise que gerada pelos banqueiros - disse Julio, 51 anos, que trabalha em Madri.

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