O forte ritmo da produção imobiliária deve fazer a construção civil bater recorde de geração de emprego em 2007 no Paraná. No acumulado de janeiro a setembro foram geradas 9.789 novas vagas formais, volume 64% maior do que os empregos criados em todo o ano passado, segundo levantamento do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sindiscon-PR), com base no Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). E a forte demanda deve se manter no próximo ano. A previsão é que em 2008 sejam criadas 13 mil vagas, de acordo com Hamilton Franck, presidente da entidade. "Tradicionalmente o setor responde muito rapidamente à retomada da economia, com a geração de um volume significativo de empregos."
Esse montante se refere apenas às vagas geradas com carteira assinada. A participação da informalidade ainda é grande no setor. Dos 162 mil empregados no setor no estado, 47% ainda trabalham sem carteira assinada.
Apesar da oferta de vagas, está difícil achar mão-de-obra capacitada, o que vem transformando esse esforço em um dos gargalos do setor. "Temos 30 vagas abertas mas não conseguimos preencher", diz o diretor financeiro da J.A. Baggio, José Américo Baggio.
Além de treinamentos, as empresas tentam convencer profissionais experientes que migraram para outras áreas nos últimos anos por conta da retração da construção a voltar para o setor. É o caso do servente Nilson Mártir da Silva, que estava trabalhando em uma empresa de nutrição animal e acaba de voltar para a construção. "Hoje está muito diferente. Há alguns anos não tinha emprego. Agora está sobrando."
Há um grande número de vagas também para projetistas e engenheiros. "O grande desafio é achar gente com experiência. O setor imobiliário ficou tanto tempo retraído que hoje não há muitos profissionais com histórico na área de grandes empreendimentos verticais", diz Vinicius Antonietto, diretor de incorporação do grupo LN. A experiência ajudou o engenheiro civil Marcelo Camargo, formado há 13 anos. Depois de trabalhar 14 meses como autônomo, ele foi contratado pela LN há 30 dias. "Tudo indica que esse vai ser um ciclo de expansão duradouro."
Edson Luis Schmekel, encarregado do departamento de pessoal da In Situ Geotecnia, concorda. Contratado no início de outubro, ele havia ficado fora do setor um ano e meio. "O movimento está muito forte. Estamos contratando em média 15 pessoas por mês." (CR)



