• Carregando...
 |
| Foto:

Perspectiva

Investimentos no Brasil não devem diminuir, dizem analistas

Os investimentos no Brasil não devem sofrer com a desaceleração da economia brasileira nem com as notícias envolvendo as operadoras de telecomunicações do país – a crise vivida nos países-sede das controladoras também não deve influenciar.

Para o presidente da consultoria Teleco, Eduardo Tude, não deve haver impacto principalmente porque os investimentos surgem da receitas brasileiras, que seguem bem. "A importância do Brasil para essas empresas é muito grande, logo, se elas pararem de investir aqui, perdem mercado. Apesar da desaceleração da economia brasileira, muitos países europeus estão com crescimento negativo. Aqui o investimento está trazendo retorno", avalia Tude.

O analista de telecomunicações da Frost & Sullivan, Renato Pasquini, também considera que os investimentos no país estão garantidos, porque o Brasil é um motor para todas elas e a estratégia das empresas é continuar com forte atuação no mercado local. "Não há tendência de reversão nos investimentos das operadoras no país, mas deve haver na mudança de prestação. Com uma certa maturidade no serviço de voz, a receita das operadoras devem vir de outros serviços", analisa.

Em relação ao relatório da Anatel, que afirma que a TIM derruba de propósito as chamadas de clientes do plano Infinity, Tude, da Teleco, pontua que ainda é cedo para saber se a revelação vai impactar no negócio da empresa. "O primeiro efeito é no preço das ações, que se desvaloriza, mas para saber se haverá impactos na receita da operadora, só analisando no médio prazo", pondera.

Em plena crise financeira internacional, as controladoras das operadoras de telecomunicações brasileiras buscam ampliar seus negócios no país para depender cada vez menos da economia dos países-sede e mais de economias em crescimento. A desaceleração da economia brasileira e os recentes acontecimentos no mercado de telecomunicações não devem trazer, a curto prazo, um impacto nos investimentos, já que é no Brasil onde as companhias estão tendo seus melhores resultados.

Uma das empresas que viu seu lucro cair no último semestre, depende do Brasil e está envolvida no escândalo das telecomunicações é a Telecom Italia, controladora da TIM Brasil. O balanço do primeiro semestre de 2012 mos­tra que o lucro da operadora caiu para 5,86 bilhões de euros, abaixo das expectativas dos analistas. A principal razão é o declínio das vendas de celulares na Itália no segundo trimestre por causa da piora da economia local. No Brasil, a TIM é a segunda operadora em participação de mercado, com 26% das linhas – no Paraná a operadora é a campeã na preferência dos usuários. Apesar da queda no lucro, a Telecom Italia vai manter os planos de pagamento de dividendos e redução de dívida.

Quem também vive no cen­tro de uma crise financeira é a espanhola Telefónica, controladora da Vivo. A empresa já anunciou a suspensão até 2013 do pagamento dos dividendos a seus acionistas e uma redução de 30% do salário dos seus diretores. A América Latina continua a impulsionar o crescimento do grupo. As operações no continente seguem tão representativas para a espanhola que a companhia já estuda a tranferência de Madri para São Paulo a sede operacional para a gestão corporativa dos negócios na região, que já responde por 50% dos lucros da empresa. A Espanha ainda é o país mais importante para a Telefónica em receita, mas os resultados do Brasil colocam o braço no país mais próximo da sede.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]