A agência de classifica de risco Standart & Poors’ (S&P) tirou nesta quarta-feira (9) o grau de investimento do Brasil, selo que garante o país como bom pagador. O país foi rebaixado de BBB- para BB+. A agência, que é a primeira entre as maiores a retirar o grau do país, colocou a nota em perspectiva negativa, o que aponta grande possibilidade de novo rebaixamento. A Fitch e a Moody’s mantêm a certificação.
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Com o rebaixamento, o Brasil passa a receber grau especulativo pela S&P. “Os desafios políticos do Brasil continuam a aumentar, pesando sobre a capacidade e a vontade do governo em apresentar um orçamento para 2016 ao Congresso coerente com a correção política significativa sinalizada durante a primeira parte do segundo mandato da presidente Dilma Rousseff”, diz a agência.
A S&P lembra que a proposta de Orçamento para 2016 inclui uma revisão da meta de superavit primário, menos de seis semanas após o governo ter anunciado outra redução. Isso significaria três anos seguidos de deficit primário e dívida líquida crescente se não forem adotadas medidas para elevar as receitas ou reduzir os gastos.
A perspectiva negativa, complementa a agência na nota, significa que a S&P tem grandes chances de fazer novo rebaixamento da nota caso a “deterioração da situação fiscal do país persista”.
O rebaixamento da nota do Brasil pela S&P ocorre pouco mais de um mês depois de a agência ter revisado a perspectiva do rating do País de estável para negativo. Em julho, a S&P manteve inalterada a nota brasileira. Na época, a analista para a América Latina Lisa Schineller havia afirmado que a agência tinha a expectativa de que o Brasil revertesse as atuais condições de implementação de sua política fiscal, motivo pelo qual a agência não teria rebaixado a nota para grau especulativo.
A decisão da S&P ocorre menos de um mês após a agência de classificação de risco Moody’s cortar a nota do país para Baa3 -o último nível do grau de investimento. A perspectiva, porém, foi colocada como estável.
Na Fitch, o Brasil está a dois níveis do grau especulativo, mas a agência já sinalizou que vai revisar a nota do país em breve.



