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Oi irá agregar novas startups a seu hub de inovação | Hugo Harada/Gazeta do Povo
Oi irá agregar novas startups a seu hub de inovação| Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo

De olho em lançar novos negócios e aumentar sua eficiência, a Oi irá integrar novas startups a seu hub de inovação, o Oito. Com foco em empresas que já tenham superado o estágio inicial, a operadora busca tecnologias para áreas como internet das coisas e marketing digital. Além das brasileiras, startups estrangeiras estão no páreo pela aceleração

A empresa elencou 14 áreas estratégicas, muitas delas bem diversas do seu core em telecomunicações. Entre os focos estão melhorar a experiência do cliente e o monitoramento de aparelhos domésticos conectados à internet (home devices). Os desafios estão distribuídos nas áreas operacional, de negócios, financeira e open telecom.

“Identificamos oportunidades e gaps e fomos buscar soluções por meio dos desafios”, explica Pedro Abreu, diretor do Oito:

“O open telecom abrange o que não mapeamos e no qual podem surgir soluções que nos surpreendam. Em gestão de home devices queremos melhorar a experiência dos clientes por meio desses equipamentos, aproveitando que temos banda larga fixa em 5 milhões de residências e banda larga móvel em 38 milhões de clientes”

A empresa também quer inovar com seu público interno. O segmento de “ensino à distância gamificado”, por exemplo, deve ser utilizado em processos de treinamento dos funcionários.A ideia é gerar solução não apenas atender aos mais de 100 mil funcionários diretos e indiretos da Oi mas também virar um produto depois.

“A Oi está expandindo a rede de fibra e precisa treinar os técnicos em todo o Brasil de forma gameficada”, explica o diretor do Oito. Já o desafio de marketplace pode ajudar a oferecer uma solução de forma capilarizada para pequenos negócios, como uma padaria numa cidade do interior.

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Video analytic tem uma demanda forte no país, especialmente em aplicações de cidades inteligentes e segurança. No caso do IoT, pode ajudar em soluções nos mais de cinco mil municípios em aplicações de mobilidade urbana e agronegócio, elenca Abreu.

Os desafios são: melhoria da experiência do cliente em loja; melhoria da experiência no atendimento; gestão de home devices (equipamentos domésticos); ensino à distância gameficado; gerenciamento e monitoramento de consumo de energia; alternativas de cobrança; arrecadação alternativa; plataforma de relacionamento; marketplace; vídeo analytics; multicloud management; marketing digital e gestão de campanhas; IoT de baixo custo; e user experience em loja com realidade virtual e realidade aumentada. Além da oportunidade aberta em telecomunicações.

Maior maturidade

Esta é a segunda rodada de seleção do Oito. Desta vez, o programa é mais voltado por desafios organizacionais.O objetivo é resolver as dores da operadora ou de seus clientes, o que exige uma maturidade maior das empresas.

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Na edição anterior, aberta, startups de todas as áreas e em todas as fases se inscreveram. “Como era aberto, recebemos muitas empresas ainda na fase da ideação”, explica Abreu.

Com o maior crivo, o número de inscritas caiu. Foram 204, contra 500 da rodada anterior (quando sete startups foram selecionadas para uma incubação de um ano). Além das brasileiras, se inscreveram startups dos EUA, Canadá, Portugal e Israel.

Uma diferença nesta edição é que não há limite de empresas a serem incubadas. Na primeira edição, cada uma das sete startups recebeu R$ 150 mil e cedeu uma participação de 10% à Oi.

“Agora não há um valor pré-determinado pois o objetivo é fazer o scale up (alavancagem) desses negócios e a massificação de clientes. As participações do Oito nas empresas serão negociadas caso a caso”, sinaliza Abreu.

O programa

O resultado será divulgado em março, após a realização de apresentações presenciais (pitches). O programa tem início previsto para março e duração de 9 meses. A seleção está sendo conduzida pela Oi com apoio da Associação Brasileira de Startups (ABStartup). Entre os critérios para a seleção estão a capacidade das soluções de atender a áreas estratégicas da Oi ou ter potencial de aplicação em diversos segmentos de atuação de clientes atuais e potenciais da companhia.

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As startups que participam do programa têm acesso a mentoria e apoio nas áreas gerencial, jurídica, financeira e de comunicação, além de acesso facilitado a produtos e serviços de empresas parceiras, como Nokia, IBM e Amazon Web Services.

Além da aderência aos desafios, também serão avaliadas a maturidade do projeto e da empresa, a viabilidade técnica e econômica do empreendimento, a consistência entre o modelo de negócio e a estratégia de entrada no mercado, a base tecnológica e grau de inovação e competitividade da solução, potencial de sinergia da startup com as demais incubadas, e a qualificação dos proponentes e da equipe.

“A Amazon oferece um valor elevado de licença para uso de sua cloud, suficiente para a empresa operar por pelo menos dois anos. A IBM também oferece um valor alto para uso da plataforma Watson, o que dificilmente uma startup teria acesso. Além disso, o número de empresas que nos visitam para entender como atuamos é muito grande. É um show room que gera um efeito colateral positivo muito bom. Também visitamos outros hubs como o Cubo e o InovaBra. Há muita sinergia entre essas iniciativas e no ecossistema de inovação”, destaca Abreu.

O Oito

O Oito foi inaugurado em agosto de 2017, em Ipanema, no Rio de Janeiro, e funciona no sistema 24/7, com giro de 100 pessoas por dia. Entre os parceiros além de Nokia, IBM, Oracle e Amazon Web Services (AWS), estão Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel), CPqD, Senai, escritório Montaury Pimenta, Machado & Vieira Mello, Zendesk, Pieracciani, GEAM e o Oi Futuro - instituto de inovação e criatividade da Oi. Isso permite à operadora oferecer um apoio em serviços num valor muito maior do que o aporte inicial de R$ 150 mil.

A curitibana Everywhere Analytics é uma empresa apoiada pelo Cubo e já fechou negócio, rodando atualmente um piloto com uma grande empresa cliente da área de soluções corporativas da Oi. A startup oferece monitoramento do fluxo de pessoas e tempo de permanência em cada local através do sinal de Wi-Fi emitido pelos smartphones. A tecnologia é utilizada, por exemplo, em shoppings e no mercado de outdoors e deve ser usada pelas lojas da Oi.

“A Everywhare está em vias de obter um financiamento de R$ 1 milhão da Finep e mais R$ 250 mil de novos investidores. A empresa vai nos permitir dar inteligência e agregar valor para clientes do varejo, a partir da instalação de equipamentos em locais públicos como o BRT. Mas temos muita preocupação com privacidade, todo o desenvolvimento da Everywhare é baseado nesta metodologia. Também já recebemos propostas do mercado para algumas outras empresas.”, conclui o diretor do Oito.

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