O superávit primário do governo central caiu para 6,007 bilhões de reais em setembro, frente a 6,257 bilhões de reais em agosto, afetado pela concentração do pagamento antecipado de abono anual (décimo terceiro) a beneficiários da Previdência.
Apesar dessa queda sazonal, o resultado fiscal do governo segue em alta na comparação com 2007, engrossado por receitas crescentes.
Nos primeiros nove meses do ano, o governo central - formado por Tesouro, Previdência e Banco Central - acumulou superávit primário de 80,828 bilhões de reais, ante 51,495 bilhões de reais em igual período do ano passado.
A meta do governo para o ano todo é de um superávit de 77,6 bilhões de reais.
O secretário do Tesouro, Arno Augustin, afirmou a jornalistas que o agravamento da crise financeira internacional ainda não afetou a arrecadação do governo.
"É ainda cedo para se projetar o efeito dessa agudização (da crise)", disse Augustin, acrescentando que, em face da volatilidade, o governo optou por não alterar ainda os parâmetros usados na política fiscal.
Para 2009, o governo segue tendo como meta um superávit primário equivalente a 4,3 por cento do PIB para o setor público consolidado - que inclui, além do governo central, as contas de estatais, Estados e municípios.
O Orçamento do próximo ano prevê um superávit primário de 3,8 por cento, mas autoriza o governo a fazer um esforço adicional de 0,5 ponto para alimentar o fundo soberano do país --ainda em tramitação no Congresso.
"Esse mecanismo foi feito para que possa ser reavaliado se necessário", acrescentou Augustin. "Ele é anticíclico, você tem que avaliar a cada momento."
O superávit em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) ficou em 3,81 por cento no ano, frente a 2,74 por cento em igual período de 2007.
Neste ano, as receitas totais do governo cresceram 18,4 por cento em relação a 2007, enquanto as despesas aumentaram 11 por cento. O crescimento dos investimentos foi de 46 por cento no período.
O resultado do Tesouro Nacional está superavitário em 113 bilhões de reais no ano, enquanto a Previdência Social tem déficit de 31,8 bilhões de reais e o Banco Central, déficit de 400,2 milhões de reais.



