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renda fixa

Tarifa pode comprometer ganho em títulos do Tesouro Direto

Com os juros em baixa, qualquer fator que reduza o rendimento líquido deve ser analisado com cuidado pelo investidor

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A taxa básica de juros abaixo dos 8,5% está fazendo com que investidores reavaliem suas aplicações na caderneta de poupança. Alternativa natural e segura a esta aplicação, o Tesouro Direto (canal de venda de títulos públicos federais ao investidor perssoa física) apresenta bom rendimento, mas é preciso observar bem as taxas cobradas pelos bancos e corretoras para que a migração de fundo seja vantajosa.

Ao todo, são três tarifas. No momento da compra do título público, cobra-se 0,10% de taxa de negociação sobre o valor do papel adquirido. Semestralmente, a BM&FBovespa também cobra a chamada taxa de custódia sobre o valor dos títulos, de 0,3%. Por fim, é cobrada a taxa de administração do agente de custódia, que varia de zero a 1%, de acordo com a instituição contratada.

"Os bancos tradicionais cobram taxas muito maiores do que administradoras menores. Se o título for atrelado à Selic e a administração passar de 0,7%, o rendimento já perde para a poupança", alerta o economista Humberto Veiga, autor do livro Tranquilidade financeira – Saiba como investir no seu futuro (editora Saraiva) e do e-book O essencial sobre o Tesouro Direto.

Ele conta que, quando o governo brasileiro começou a vender seus títulos para investidores, alguns bancos chegaram a cobrar 4% para administrar os papéis. Atualmente a taxa média é de 0,5%, mas é preciso negociar com a instituição financeira. Quanto maior o aporte, maior a chance de barganhar melhores tarifas.

Em média, o HSBC cobra 0,3% ao ano. No Santander e na Caixa Econômica Federal a taxa é de 0,4%. Banco do Brasil, Itaú e Bradesco cobram 0,5% aos seus clientes. No entanto, existem fundos, corretoras e cooperativas que são isentas de taxas de administração e outras que cobram de 0,1% a 0,25%. "Com essa gama de opções, é possível negociar com o banco para que ele ofereça tarifas mais vantajosas pelo dinheiro aplicado", reforça Veiga.

Liquidez menor

As altas taxas, que ficam mais evidentes em tempos de baixa de juros e, consequentemente, menor rentabilidade, fazem mais diferença em investimentos menores. "O ideal é deixar o dinheiro aplicado na poupança até somar uma quantia de R$ 1 mil. Se o montante for menor do que isso, a tendência das corretoras é cobrar por volta de 2% para administrar o investimento", orienta Pedro Piccoli, professor de Finanças da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

A cobrança do Imposto de Renda é outro empecilho. O fundo só volta a ser mais rentável que a poupança se for aplicado por mais de um ano, quando a alíquota de IR cai para 17,5% sobre os rendimentos. "A liquidez é menor. Os títulos só podem ser vendidos às quartas-feiras, também. É um fundo que vale a pena se você tiver a garantia de que não vai precisar do dinheiro tão cedo", completa Piccoli.

Alternativas

Diante da queda da Selic, o Tesouro Direto conta com a vantagem de ter uma série de investimentos diferentes, além do tradicional título atrelado à taxa básica de juros. O investidor pode comprar papéis pré-fixados ou indexados ao IPCA, que apresentam maior rentabilidade no momento. O que variam, no entanto, são as datas de vencimento dos títulos que, neste caso, são de longo prazo.

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