O ambiente econômico nos últimos cinco anos, associado a uma melhora do padrão dos empresários, está fazendo com que as micro e pequenas empresas sobrevivam por mais tempo. Segundo pesquisa divulgada nesta segunda-feira pelo Sebrae, a taxa de sobrevivência do segmento - número de empresas que conseguiram vingar e existem até hoje - atingiu 78% dos empreendimentos abertos no período de 2003 a 2005. Houve um crescimento de 27 pontos percentuais em relação ao período entre 2000 e 2002, quando o índice era de 50,6%.
- É um aumento espetacular. Decorre do ambiente econômico e de uma melhora da qualidade empresarial - disse o diretor técnico do Sebrae, Luiz Carlos Barboza.
Segundo ele, a soma de alta na escolaridade, maior planejamento, investimento em marketing e venda, além de um aumento na procura pelo Sebrae são outras razões para a melhoria da situação das empresas.
Com a implementação da Lei Geral das Micro e Pequenas Empresas, prevê o Sebrae, haverá maior formalização de empresas hoje informais, deixando o patamar entre 72% e 74%.
No entanto, mesmo com os bons resultados só agora o Brasil começa a atingir os patamares de países desenvolvidos, que registraram taxas de sobrevivência entre 70% e 80% há cerca de cinco anos.Dinheiro próprio dá sobrevida maior
Segundo a pesquisa, mais de 90% das micro e pequenas empresas que sobreviveram de 2003 a 2005 abriram seus negócios com recursos próprios. Já o índice de falências é maior entre os empreendedores que abriram seus negócios por meios de empréstimos bancários.
Investimentos em políticas públicas
O presidente do Sebrae, Paulo Okamotto, disse que não basta apenas um ambiente econômico favorável para manter as empresas, mas também investimentos em políticas públicas. Apesar de ter elogiado a Lei Geral de Micro e Pequenas Empresas, Okamotto afirmou que é preciso fazer a reforma tributária e que a carga de impostos continua muito elevada.
- Precisamos ter mais políticas públicas, principalmente para as regiões Norte e Nordeste, onde a taxa de sobrevivência das empresas ficou abaixo da média nacional - disse.
Um total de 15 estados atingiram taxas de sobrevivência maiores que a média nacional, de 78%. Entre eles, está o Rio, com 81,3%. O campeão em durabilidade das empresas foi o Espírito Santo, com taxa de 85,8%.
Houve uma redução do tempo necessário para uma micro ou pequena empresa encerrar seus negócios. No ano de 2003, era preciso 112 dias em média para um empreendimento dar baixas em suas atividades. Em 2005, esse número caiu para 84 dias.
Os números também apontaram que 39% dos empresários que faliram no período entre de 2003 a 2005 voltaram a abrir negócios em outras áreas, o que, segundo o Sebrae, demonstra "o espírito empreendedor do brasileiro".
A pesquisa foi encomendada pelo Sebrae ao Instituto Vox Populi com dados de 14.181 empresas ativas e extintas em todo o país, entre 2003 e 2005.



