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| Foto: Marcos Santos/USP Imagens

As taxas de juros das seis principais linhas de crédito oferecidas pelos bancos e financeiras (juros do comércio, cartão de crédito, cheque especial, CDC em bancos, empréstimos pessoal em bancos e financeiras) tiveram novo aumento em dezembro passado, contabilizando a 15ª alta consecutiva, segundo levantamento da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac).

Na média, a taxa de juros cobrada é de 7,56% ao mês, o equivalente a 139,78% ao ano. É o maior patamar de juros desde janeiro de 2009.

No ano passado, houve alta de juros em todos os meses, segundo apurou a Anefac. Em dezembro, os juros do comércio subiram de 5,45% para 5,50% ao mês (90,12% ao ano). A taxa do cartão de crédito foi elevada de 13,04% para 14,35% ao mês, o equivalente a 399,84% ao ano, o maior patamar desde outubro de 1995 e a maior taxa cobrada entre todas as linhas de crédito pesquisadas.

“Uma dívida de R$ 1 mil no cartão de crédito se transforma em R$ 4.998,43 se for rolada durante 12 meses”, calcula Miguel Ribeiro de Oliveira, diretor de pesquisas econômicas da Anefac, observando que este instrumento de crédito só deve ser usado em casos de emergência e não como complemento à renda das famílias.

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No cheque especial a taxa saltou de 10,56% para 10,76% (240,88% ao ano) no último mês do ano e no crédito direto ao consumidor (CDC) dos bancos os juros foram elevados de 2,26% para 2,28% (31,07% ao ano).

Empréstimo

Quem tomou empréstimo pessoal nos bancos em dezembro pagou juros de 4,40% ao mês frente aos 4,34% cobrados em novembro passado. A mesma operação numa financeira custa mais caro, segundo a Anefac. Os juros cobrados no empréstimo pessoal nessas instituições é de 8,04% ao mês frente aos 8% cobrados em novembro.

“A tendência de alta dos juros em dezembro já era esperada. Há muitos fatores que podem elevar a inadimplência fazendo com que bancos e financeiras elevem ainda mais as taxas nas principais operações de crédito”, explica Miguel Ribeiro de Oliveira.

Entre os fatores citados por ele, estão a questão política, que traz incerteza tanto para consumidores quanto para empresários e a atividade econômica fraca, que faz aumentar o índice de desemprego.

“Além disso, duas agências de classificação de risco rebaixaram o Brasil e a terceira deve seguir o mesmo caminho em breve e no cenário externo temos a China trazendo uma nova onda de incertezas neste começo de ano. Por aqui, a alta do câmbio também deve pressionar a inflação”, diz Miguel.

Inflação

Miguel Ribeiro de Oliveira observa que as previsões de inflação para 2016 continuam acima do teto da meta (6,5%) o que deve fazer com que o Banco Central eleve a taxa básica de juros (Selic) na próxima reunião do Copom no próximo dia 20. Esse movimento deve se refletir nas taxas cobradas nos empréstimos.

“A nossa expectativa é que o BC eleve os juros em 0,5 pontos percentual ou, na melhor das hipóteses, 0,25 ponto percentual”, diz o diretor da Anefac. Atualmente, a Selic está em 14,25% ao ano.

Desde março de 2013, o BC já elevou a Selic em sete pontos percentuais (de 7,25% para 14,25%). No mesmo período, a taxa de juros média para pessoa física apresentou uma elevação de 51,81 pontos percentuais (de 87,97% para os atuais 139,78% ao ano).

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