A Tecnicare Indústria & Comércio Ltda, fabricante de fraldas, absorventes e lenços umedecidos, pegou carona no crescimento do consumo das classes C e D no Nordeste e inaugurou no início do mês uma fábrica na Bahia, a primeira fora de Curitiba. Com investimentos de R$ 2 milhões, a nova unidade vai produzir fraldas infantis e geriátricas e absorventes higiênicos.
A empresa, com sede em Curitiba, onde são produzidas 1,5 milhão de unidades por dia, pretende crescer 30% em 2007 e alcançar um faturamento de R$ 60 milhões, segundo Luciano Ghilardi, diretor-presidente da empresa.
A nova fábrica, localizada em Lauro de Freitas, na região metropolitana de Salvador, ocupa um espaço de 2 mil metros quadrados e deve gerar 100 empregos diretos. A previsão da empresa é faturar R$ 15 milhões no primeiro ano com a nova planta, volume que deve seguir o ritmo de crescimento da companhia, com avanço de 30% ao ano.
Criada em 2001, a Tecnicare quer crescer entre as grandes dos setor, liderado por gigantes como Procter &Gamble e Kimberly Clark. Segundo Ghilardi, a meta da empresa é estar "entre as cinco maiores até 2012". O foco está em aproveitar o crescimento de consumo do Nordeste, que avança acima da média nacional. Pesquisa da AC Nielsen mostra que entre 2003 e 2006, participação da região nas vendas aumentou três pontos percentuais, tanto em volume quanto em valor (chegando a 15% e a 16% do total do país, respectivamente).
O Nordeste já responde por 40% dos negócios da Tecnicare. Além de ser atraída pelos incentivos fiscais para instalação na Bahia, a empresa resolveu montar a nova fábrica em função da redução de custos e de melhorias na distribuição. A indústria vai diminuir em 8% os custos do frete e em 1% os prejuízos por conta de perdas durante o transporte até a região.
O ingresso das classes C e D no mercado de fraldas descartáveis vem ditando as regras do setor no país. Até pouco tempo, as famílias mais pobres usavam apenas fraldas de pano, modelo que aos poucos têm sido substituído pelo descartável. Estima-se que três de cada quatro fraldas descartáveis vendidas no Brasil sejam adquiridas pelas classes populares, o que tem obrigado também as grandes do setor a se adaptar para atender esse mercado.
A líder P&G, com cerca de 23% das vendas no Brasil, reduziu suas margens, barateou os preços e apostou em ganhos de escala com a Pampers Básica, sua principal marca para esse público.



