A demanda por chamadas telefônicas mais baratas pela Internet (VoIP) crescerá a passos tão acelerados na América Latina que poderá levar operadoras de telefonia tradicionais, como a gigante mexicana Telmex, a se reinventar para continuar oferecendo benefícios.
As operadoras de telefonia fixa ainda estão se recuperando do crescimento acelerado da base de usuários de telefonia celular na América Latina e já enfrentam uma situação de vida ou morte, afirmam analistas.
- Todas as redes (do mundo nos próximos cinco anos) serão IP (sigla em inglês para protocolo de internet) - afirmou Salma Jalife, secretária-executiva de tecnologia da Cofetel, agência reguladora de telecomunicações do México.
A instalação de redes exige investimentos muito menores, já que as novas tecnologias permitem oferecer serviços de telecomunicações por uma fração dos custos dos últimos 20 anos, avalia a Cofetel. Para Jalife, a nova geração de telefonia "permitirá uma ampla diversidade de serviços. Se não repensarmos as empresas e os reguladores (...) no mesmo ritmo, teremos um problema de desenvolvimento".
A Telmex, uma das maiores operadoras de telefonia da América Latina, do empresário Carlos Slim, tem investido na criação de novos serviços agregados ao telefone fixo, como correio de voz e pacotes pré-pagos. A operadora evita detalhar os planos de migração dos serviços de telefonia para o protocolo de internet, mas fontes ligadas ao setor asseguram que a empresa - que mantém operações na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia e Peru - já providencia esta conversão.
- Empresas como a Telmex e quase todas as operadoras de telefonia têm seus planos de evolução. O que vai mudar é o plano de negócios, como a comercialização (...), mas permanecerão como líderes no futuro - prevê Juan Ignacio Fernandez, analista de telecomunicações da consultoria Gartner nos Estados Unidos.
De acordo com dados da Gartner, até o fim de 2005 existiam aproximadamente 95 milhões de linhas de telefones fixos na América Latina, volume que deve crescer pelo menos 10,5% até 2009. Na prática, calcula-se que pelo menos a metade deste tráfego terá migrado para a tecnologia baseada em protocolo de internet.



