
A ideia dos prédios sustentáveis surgiu nos anos 70, mas só ganhou força no Brasil após o "apagão" de 2001. Na esteira desse movimento, proliferaram os fornecedores de sistemas de aproveitamento de água da chuva, equipamentos de baixo consumo de energia, painéis e aquecedores solares, e até móveis que ajudam a tornar casas e escritórios ecologicamente corretos.
Em dezembro, a Tecnoflex, de Quatro Barras (região metropolitana de Curitba), tornou-se a primeira fabricante de móveis para escritório do Paraná e segunda do país a obter a certificação ISO 14001, concedida a empresas com gestão ambiental avançada. "As companhias que se instalam em um green building exigem que seus fornecedores estejam alinhados com as questões ambientais. Foi o caso de tradicionais clientes nossos, como a Gerdau, a Vale, a Siemens", explica Márcio Duarte Silva, diretor financeiro da Tecnoflex. "Com a certificação, ficamos um passo à frente da concorrência."
Outra empresa que enveredou por esse caminho foi a Battistella, que está produzindo em Colombo, na Grande Curitiba, um grupo gerador de energia movido a biodiesel puro combustível feito apenas com óleo vegetal, sem adição de diesel de petróleo. Uma das vendas mais recentes foi para o Sebrae-PR, que instalou o equipamento em sua sede para garantir, mesmo em caso de queda de energia na rede, o funcionamento de seu sistema de informática.
A curitibana Thermacqua lançou recentemente um aquecedor residencial de água que usa a tecnologia das "bombas de calor". O equipamento custa R$ 7,5 mil e é ligado na tomada, mas consome apenas um terço da eletricidade demandada por um chuveiro elétrico, e nada de gás. Com isso, o gasto mensal de uma residência para aquecer a água cai pelo menos 70%, segundo o sócio-gerente da empresa, Hans Schorer. Entre as empresas que adotaram a tecnologia em larga escala, estão a fábrica da Volvo na Cidade Industrial de Curitiba, que a usa em seus chuveiros, e a Universidade Positivo, em sua piscina olímpica.
Outra ideia que vem sendo adotada por escritórios corporativos e residências é o "telhado verde" cobertura com vegetação que absorve 30% da água da chuva e funciona como isolante térmico e acústico. Paulo Renato Guimarães, sócio da gaúcha Ecotelhado, diz que a aceitação do produto em Curitiba ainda não é tão grande quanto em São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre. "Mas grandes empresas já demonstram interesse. Em breve, vamos instalar três mil metros quadrados de telhado verde em uma nova fábrica na Grande Curitiba. Não posso revelar mais detalhes, mas essa será uma das maiores coberturas verdes do mundo."



