Terra Roxa A fabricação de roupas para bebês de até um ano se multiplicou rapidamente na cidade de Terra Roxa (Extremo-Oeste do estado), ganhou o mercado nacional e agora começa a dar os primeiros passos rumo à exportação. Segundo o secretário municipal da Indústria e Comércio, Dílson Fernando Penteado, os primeiros lotes das pequenas roupas já estão sendo enviados para Portugal, Espanha e Colômbia e o trabalho deverá ser ampliado com o consórcio de exportação que está sendo criado e envolve todas as indústrias do setor.
Há menos de 15 anos, surgia a primeira fábrica de roupas infantis na cidade. A pioneira no setor foi a Paraíso Bordados e Confecções que tem hoje 200 funcionários. Celma de Assis Rossato, que comanda o empreendimento ao lado do marido Eugênio Rossato, conta que tudo começou quando ela fez os enxovais dos dois primeiros filhos. Depois de acabadas, as roupinhas despertaram a atenção de outras mães e ela começou a receber encomendas.
Em pouco tempo, Celma passou a usar uma máquina antiga de costura, chamada "pedaleira" para fazer as roupas e, com bordados criativos, ganhou o mercado local. Com 14 anos de funcionamento, a fábrica de Celma e Eugênio se consolidou e vende para clientes de vários estados brasileiros.
Terra Roxa também conta com uma localização estratégica para a venda e distribuição dos produtos. Está a 35 quilômetros de Guaíra, onde fica a fronteira com o Paraguai e a divisa com Mato Grosso do Sul. O município tem 16,2 mil habitantes
As 43 fábricas de roupas infantis são responsáveis por 30% da economia local. Elas produzem 300 mil peças por mês e geram faturamento mensal de R$ 3 milhões. Penteado diz que as roupas ajudaram a reduzir quase a zero o índice de desemprego na cidade. Cerca de 2.800 pessoas trabalham diretamente nas fábricas. Além das empresas formais, há uma série de outras, informais, que funcionam em fundos de casas e pequenos salões.
Eugênio Rossato, que também é coordenador do Arranjo Produtivo Local (APL), uma espécie de associação que reúne as fábricas de roupas da cidade, informou que vários cursos de aperfeiçoamento foram realizados nos últimos dois anos, com o objetivo de melhoria na qualidade e produtividade do pólo. Alguns empresários também participaram, pela primeira vez, de uma feira em São Paulo, a FIT, em junho passado, e visitaram a Fimi, uma exposição do setor de vestuário infanto-juvenil em Valência, na Espanha, no começo do ano.
O próximo passo, segundo Rossato, é desenvolver ações de capacitação nas áreas de marketing, divulgação e acesso a novos mercados. Também está nos planos a criação de um catálogo com as coleções das empresas de moda bebê da cidade.
O consultor do Sebrae na região, Carlos Guedes, diz que houve um avanço no setor depois da transformação de bordados infantis para moda bebê. "Hoje, Terra Roxa é grande produtor de vestuário para recém-nascidos e dita as tendências para o mercado interno", afirma.



