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Mercado

Terremoto nas bolsas de valores exige sangue frio do investidor

Quedas pelo mundo fizeram muita gente pensar em vender ações e “realizar” o prejuízo

Em cima, uma mulher agita seu cabelo. Em baixo, o computador recria o movimento | Reprodução - G1
Em cima, uma mulher agita seu cabelo. Em baixo, o computador recria o movimento (Foto: Reprodução - G1)

As más notícias sobre o abalo sofrido recentemente nas bolsas de valores de todo o mundo – do qual não escapou a Bovespa – trouxeram ao investidor aquela sensação de que não há o que fazer quando um terremoto de proporções globais afeta o mercado. Este terremoto, que nas últimas semanas ganhou apelidos variados – ajuste, ataque de nervos e até chilique –, fez o valor de mercado das empresas listadas na Bovespa encolher cerca de R$ 100 milhões em um só dia (27 de fevereiro). Mas, para especialistas, é possível se proteger, mesmo quando a origem da turbulência está bem distante de nós.

"Para você ganhar na renda variável, não pode ir com muita sede ao pote. A regra é não colocar em Bolsa mais de 40% do seu patrimônio", sugere o operador de mercado Marco Antônio Lacombe, da corretora Planner, em Curitiba. O restante do capital, segundo ele, deve ser investido em modalidades mais seguras, como os fundos de renda fixa. Com isso, quem está perdendo tem uma reserva de capital protegido, e condições de esperar a recuperação do mercado.

Recuperação que vai ocorrer, mas não se sabe quando, garantem os economistas. "O certo é que a Bolsa subirá como tendência, mas no meio do caminho vai ter altas e baixas", defende André Lóes, economista chefe do Santander Banespa. Por isso mesmo, o dinheiro investido na renda variável "não é para ser acompanhado todo dia. É para colocar lá e esquecer". Lóes aconselha destinar à renda variável algo entre 20% e 30% do capital reservado para investimentos.

Mas quem já acumulou ganhos consideráveis – e dada a valorização recorde da Bolsa brasileira no ano passado, não foi pouca gente – pode se desfazer dos papéis assim que perceber o risco de queda para embolsar o lucro. "Aquele que ganhou realiza o lucro e aguarda na renda fixa para ver como fica o mercado", afirma Lacombe, da Planner. Ele lembra da trajetória da Bovespa no ano passado, que seguiu em ascensão até maio, despencou e só se recuperou meses depois.

Esta realização de lucros e a corrida dos investidores estrangeiros para a segurança dos países desenvolvidos, alimentados pelos rumores de recessão nos EUA e desaceleração da economia chinesa, foram os responsáveis pelo abalo da semana passada. O mecanismo que traduz em termos financeiros o medo de recessão começa pela liquidez e interconectividade dos mercados hoje. Os grandes investidores estrangeiros, preocupados em aumentar a rentabilidade de seus ativos, migram das baixas taxas de juros das economias desenvolvidas para investimentos que rendem mais, porém são mais arriscados.

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