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O Tesouro Nacional captou 1 bilhão de euros nos mercados europeu e norte-americano, em operação de emissão de bônus realizada nesta quinta-feira (27). Foi a primeira emissão externa brasileira desde outubro do ano passado, quando o país lançou títulos em dólar no mercado americano, e a primeira em euros desde 2006.

A emissão, liderada pelos bancos BB Securities, J.P. Morgan e Santander, resultou em taxa de retorno de 2,9%, o menor custo de captação externa feita pelo governo brasileiro em euros. A operação aconteceu três dias depois de a agência de risco Standard and Poor's ter diminuído a nota de crédito do país, de BBB para BBB-.

Sucesso de emissão na Europa mostra força da economia brasileira, diz Augustin

A captação de 1 bilhão de euros mostra a confiança dos investidores internacionais na economia do país, disse o secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin. Segundo ele, o fato de o Tesouro ter captado os recursos com juros baixos indica que o Brasil continua atrativo para os aplicadores estrangeiros, apesar do rebaixamento da nota do país pela agência de classificação de risco Standard & Poor's no início da semana.

"A emissão mostra a força dos fundamentos da economia brasileira. Indica a visão de confiança do mercado internacional em relação ao país", afirmou o secretário. Ele ressaltou que o resultado ajudará as empresas brasileiras a captar recursos no mercado europeu com juros mais baixos.

O secretário informou que o Tesouro Nacional estuda fazer uma emissão em iene, no mercado japonês. Ele negou que a decisão do Tesouro de fazer um lançamento de títulos em euros nesta quinta-feira tenha sido motivada pelo corte da nota do governo brasileiro pela Standard & Poor's. "A captação estava prevista desde o anúncio do Plano Anual de Financiamento [no fim de janeiro]. Não mudamos o cronograma por causa desse evento [o rebaixamento do Brasil]", reiterou.

Segundo Augustin, o Tesouro optou por emitir títulos de sete anos porque esse é o mercado mais usado pelas empresas brasileiras que captam recursos na Europa. Na última operação do tipo, em 2006, o governo brasileiro havia lançado papéis de nove anos em euro. "Da mesma forma que o mercado mais tradicional das emissões em dólar são de títulos de dez anos, no mercado em euro, a maioria das captações se dá em sete anos", explicou.

Apesar das críticas aos erros das agências de risco na crise econômica mundial, essas avaliações ainda servem de parâmetro para grande parte do mercado internacional.As notas de crédito têm impacto sobre o custo da dívida de empresas e países. Quanto melhor a classificação, menor tende a ser o desembolso com os juros dos financiamentos, e vice-versa.

A baixa taxa de retorno foi um sinal positivo para o governo, pois essa emissão servirá de indicativo do impacto do rebaixamento da nota brasileira no custo de captação de recursos nos mercados externos.Os títulos ofertados hoje têm vencimento em 2021. O governo terá, portanto, sete anos para honrar os compromissos com esses credores.

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