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Financiamento

Troca com troco: carro usado vira saída para pagar dívidas

De dois anos para cá, 30% dos clientes que financiam os carros novos (ou seminovos) procuram vendas na base do esquema "troca com troco" nas concessionárias.

A operação é simples: quem tem dívidas no cheque especial, cartão de crédito ou empréstimos bancários dá o veículo usado de entrada no financiamento de um novo, e usa parte do dinheiro para sair do vermelho — a idéia é trocar a dívida original pelo financiamento na concessionária. O prazo pode chegar a seis anos (72 meses), com juros mensais de 0,99% a 1,67% ao mês.

Parte do valor serve como entrada. Já o "troco" da operação é utilizado principalmente para quitar dívidas, com juros médios de 3,5% (crédito pessoal) ou de 10% a 13% (cheque especial ou cartão de crédito).

Mais fácil para comprar no Mega-Feirão Briga de Gigantes, que reuniu as principais concessionárias Chevrolet, Fiat, Ford e Volkswagen, em São Bernardo do Campo, no último fim de semana, muitos compradores preferiram o financiamento troca com troco. O dentista Luis Marcos Mansi foi um dos que "trocaram" o Gol para levar um Fiesta Hatch zero, financiado em 60 meses.

— Os juros são tão baixos que nem dá para sentir. Daqui a dois anos, dou esse (Fiesta) de sinal, pego outro e refinancio de novo — afirma Mansi.

A gerente de vendas da Avel São Bernardo do Campo — uma das concessionárias presentes no feirão — Ednéia Vedovato, diz que o esquema é procuradíssimo.

— O cliente elimina a dívida de juros altos e sai com carro novo financiado a juros bem baixos — explica Vedovato.

— Pelo menos 70% dos clientes financiam carros, e 30% deles utilizam o esquema troca com troco. É uma vantagem, para quitar dívidas imediatas — afirma o gerente comercial da Itavema Fiat, em Santo André, Sérgio Ricardo Moreno.

Mesmo com tantas facilidades, há clientes que só abatem o valor do usado no novo pois não querem dívidas, como é o caso do metalúrgico Wilson Lourenço Tognela. No feirão, trocou o Gol por um Fox. Com o que conseguiu deu para abater quase 50% no valor do novo (R$ 32 mil). O resto, pagou à vista.

— Hoje é mais fácil comprar carro: os juros são baixos, os prazos bons e as prestações cabem no bolso. Mas o preço que eu peguei no carro antigo estava dentro do que esperava. Então, achei melhor não ficar com dívidas longas — argumentou.

Recorde de vendas

As facilidade na compra do carro novo fez com que o setor automobilístico quebrasse recorde de vendas nesses primeiro bimestre de 2007. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) mostram que 299.700 carros foram licenciados em janeiro e fevereiro, contra 260.800 no mesmo período de 2006.

A redução das taxas de juros, o aumento dos prazos de pagamento e do volume de crédito puxaram o crescimento em 14,9%, segundo informações das montadoras.

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