A termelétrica UEG Araucária, controlada pela Copel, não participou do leilão de novos empreendimentos da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), realizado ontem. Embora estivessem habilitadas para o leilão A-3 relativo à energia que será fornecida a partir de 2010 , a Copel e as controladoras de outras três térmicas movidas a gás natural desistiram da negociação.
A estatal paranaense informou, por meio de sua assessoria, que o preço máximo estabelecido pela Aneel de R$ 140 por megawatt-hora (MWh) para as termelétricas é inferior ao custo de geração da energia da UEG. "O teto estabelecido pela agência não é adequado para a UEG e, aparentemente, não é satisfatório para outras usinas movida a gás natural", disse a Copel. A companhia vai aguardar um novo leilão para tentar negociar a energia da usina. Apesar de ser controlada pela Copel, que tem 80% de seu capital, a UEG está arrendada para a Petrobrás até dezembro, e o contrato pode ser renovado até o fim de 2008. A petroleira é sócia minoritária no empreendimento, com 20% de participação.
Recentemente, a Aneel adiou o leilão A-5, válido para contratos com início em 2012, e por enquanto não definiu uma nova data.
Apesar da desistência das quatro termelétricas a gás habilitadas, o leilão de ontem foi considerado "um sucesso incontestável" pelo presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Maurício Tolmasquim. Foram negociados 1.304 MW médios, o que equivale ao acréscimo de 1.781,8 MW de potência de novas usinas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O preço médio da energia vendida pelas 12 termelétricas que participaram do leilão ficou em R$ 134,67 por MWh, resultando em uma movimentação financeira de R$ 23,09 bilhões. No entanto, todas as usinas que negociaram energia são movidas a óleo combustível, e por isso têm custos de operação inferiores aos das térmicas a gás.
Para Tolmasquim, a energia contratada foi superior à necessária. "Com isso, o nível de risco de déficit ficará dentro do limite de 5%, patamar considerado aceitável pelo setor", disse o executivo, em nota enviada à imprensa. Segundo ele, a redução da tarifa média também foi motivada pelos incentivos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) para a construção de usinas.
Embora não tenha participado da venda de energia, a Copel atuou como compradora, por meio da Copel Distribuição, contratando 2,408 milhões de MWh o equivalente a 1,4% de toda a energia negociada no leilão.



