O fosso entre os países em relação ao acesso a tecnologias de informação ainda é enorme no mundo: o habitante de um país desenvolvido tem 22 vezes mais chances de ser usuário de internet do que o de um país subdesenvolvido. No entanto, o acesso a essas tecnologias tem aumentado e se tornado mais igualitário, de acordo com o "Índice de Oportunidade Digital" da Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o Desenvolvimento (Unctad). Segundo a instituição, uma em cada oito pessoas já possuir um computador.
O levantamento, divulgado em conjunto com a União Internacional de Telecomunicações (UIT), entre outras organizações, avaliou a evolução do acesso às tecnologias em 180 países. O índice varia de 0, que supõe falta total de acesso a qualquer serviço de telecomunicações, a 1, em que o acesso seria pleno, tanto em disponibilidade quanto em preço. A média mundial está na faixa de 0,37.
Os países com maior índice digital são Coréia do Sul (0,79), Japão (0,71), Dinamarca (0,71) e Islândia (0,69). O Brasil não é citado no relatório resumido divulgado à imprensa.
Apesar de o acesso a tecnologias de informação em geral ainda ser muito desigual, algumas tecnologias estão bastante difundidas. Este é o caso do celular, o motor do desenvolvimento da sociedade da informação em muitos países subdesenvolvidos.
Segundo o levantamento, que será divulgado anualmente até 2015, há 3,3 bilhões de usuários de celular no mundo, o equivalente a 51,76% da população mundial. Na Europa, esse percentual chega a 124,32%, ou seja, algumas pessoas têm mais de um aparelho no continente. Na África, o percentual é de 15,92% e nas Américas, 78,94%.
Computadores
Além disso, o computador pessoal entrou com força em muitos lares e locais de trabalho. A média mundial chegou a 12,26 computadores para cada cem habitantes, cerca de 772 milhões de máquinas no mundo todo. Isso equivale a uma média de um computador para cada 8,15 pessoas. Enquanto na África só existe 1,57 computador pessoal para cada cem pessoas, na Ásia há 6,02. A Europa possui 28,09 computadores pessoais para cada cem habitantes, as Américas, 33,62, e a Oceania, 51,07.
Apenas 2,5% da população mundial possuem uma conexão de banda larga e a maioria desses privilegiados está nas Américas e na Europa (5,6% e 5,4%, respectivamente). Na África, a proporção não chega nem a 0,1%.
Na Oceania, mais da metade da população se conecta à internet (52,24%). Em seguida vêm a Europa (31,23%), as Américas (30,81%), a Ásia (8,15%) e a África (2,58%).
Para que essas porcentagens aumentem, os especialistas consideram necessário reduzir o preço para se navegar na internet. No final de 2005, o valor médio era de US$ 32,67 por 20 horas de conexão.
No entanto, os habitantes da Oceania e da África pagavam muito mais caro (US$ 116,68 e US$ 47,09 respectivamente) do que os europeus, asiáticos e americanos (US$ 18,69, US$ 19,29 e US$ 26,09).
A grande matéria pendente para que o acesso às tecnologias de informação e comunicação seja comum a todo mundo é a conexão à internet por banda larga, segundo os especialistas.
O objetivo da ONU é que todo o mundo tenha acesso à internet até 2015, uma meta fixada na última Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, realizada na Tunísia em novembro de 2005.



