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Uma aposentadoria tranquila começa cedo

Segundo especialistas, para garantir um futuro sem sobressaltos é preciso fazer as contas com antecipação e escolher bem os investimentos

Follador: contas devem incluir previdência pública e privada | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Follador: contas devem incluir previdência pública e privada (Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo)

Você já pensou com que salário quer se aposentar? A preocupação, que até pouco tempo era considerada assunto para a velhice, se tornou bastante comum entre os mais jovens. Uma das explicações está no aumento da expectativa de vida dos brasileiros, que avançou 25 anos nas últimas quatro décadas, ou seja, viver mais e, sobretudo, melhor exige planejamento e capacidade de poupar.

Segundo especialistas, planejar a aposentadoria para receber um valor compatível com as necessidades é um exercício de previsão, mas pode garantir um futuro sem sobressaltos. De acordo com o diretor-presidente do Fundo Paraná de Previdência Multipatrocinada, Renato Follador, o primeiro passo é fazer uma projeção do tamanho do salário na época da aposentadoria. Segundo ele, 80% do total são suficientes para manter o mesmo padrão de vida do final da carreira. Desses 80%, a orientação é descontar o valor que será pago pelo INSS para quem contribuiu. A diferença é o que será preciso complementar por meio de uma previdência privada ou outro investimento para continuar com a mesma renda. O cálculo do valor a ser pago pelo INSS pode ser feito utilizando um simulador do fator previdenciário, que define as regras da aposentadoria. Há vários disponíveis na internet.

Follador explica que, por causa da política de reajuste do salário mínimo, quem for se aposentar após 2021 pela previdência social, deve considerar uma aposentadoria máxima de cinco salários mínimos (R$ 3.110). Depois de 2035, o cálculo cai para três salários mínimos (R$ 1.866). O valor máximo pago passou de 20 salários mínimos na década de 1970 para 7,5 salários na década de 2000. Atualmente o teto para aposentados pelo INSS está em 6,3 salários mínimos.

Para o consultor de investimentos Humberto Veiga, existem vários aspectos que precisam ser levados em consideração na hora de calcular o valor desejado da aposentadoria. Entre as variáveis, ele cita a variação das taxas de juros. "Se as taxas estão altas o rendimento é maior e o valor a ser poupado pode ser menor. Já as taxas de juros baixas elevam a necessidade de aumentar o volume de dinheiro para obter o mesmo rendimento".

O consultor diz que, em muitos casos, o problema começa já na simulação, que é feita com base em taxas de juros muito elevadas. A orientação, segundo ele, é simular levando em conta a taxa real de juros, que já desconta a inflação. "Aconselho a usar uma taxa de no máximo 1,5% ao mês", diz.

Além disso, Vieira recomenda atenção às taxas de carregamento e administração. "É importante que as pessoas lembrem que em um plano de previdência estarão dividindo parte da sua economia com a instituição que administra o fundo. Uma boa opção são os planos instituídos, que são planos de previdência oferecidos por entidades de classe. Eles têm um custo de carregamento alto (3% em média), mas a taxa de administração é baixa (0,5%)."

Variáveis

Confira alguns pontos que devem ser considerados na hora de planejar a aposentadoria.

Idade

É importante definir a idade para se aposentar levando em conta que a expectativa de vida também está maior. Aposentadoria muito precoce pode significar falta de dinheiro no futuro

Renda

Faça uma simulação do salário no momento da aposentadoria ajuda a estimar o valor necessário para manter o mesmo padrão de vida.

Tempo

Definir o tempo de contribuição é fundamental para saber quanto será preciso economizar. Quanto menos tempo até a aposentadoria, maior será o desembolso para obter o mesmo rendimento.

Sobrevida

Planejar os anos de sobrevida após a aposentadoria inclui pensar em todas as despesas e planos para o futuro, como viagens e cursos.

Cálculo

O exemplo do consultor Renato Follador mostra qual é o valor que será preciso investir (em previdência privada ou outro investimento) para complementar a renda do INSS na aposentadoria e manter o mesmo padrão de vida.

Renda hoje: R$ 2.500.

Renda futura: R$ 5.500 daqui a 20 anos, na hora da aposentadoria, aos 55 anos

Necessidade futura: 80% dos R$ 5.500 = R$ 4.400.

Renda do INSS: R$ 2.518 (calculado usando o Fator Previdenciário)

A conta: R$4.400 – R$ 2.518 = R$ 1.882 (essa é a renda complementar que a pessoa deverá buscar na previdência privada ou outros investimentos).

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