
O grupo paranaense Campos de Andrade deve concluir nesta semana a incorporação da Universidade Gama Filho (UGF), umas das mais tradicionais instituições de ensino do Rio de Janeiro. O grupo é dono do Centro Universitário Campos de Andrade (Uniandrade), em Curitiba, e a posse como mantenedor da UGF é a terceira aposta fora do Paraná a empresa opera a Universidade Ibirapuera, em São Paulo, e a Faculdade Alvorada, em Brasília.A expansão geográfica ocorre pouco tempo após o grupo paranaense se envolver em uma série de problemas. Ele sofre uma ação de reintegração de posse aberta pela Rodobens, que cobra uma dívida de R$ 11,2 milhão. Além disso, também foi denunciado por atraso no pagamento de salários e por demitir quase 25% do corpo docente da Universidade Ibirapuera, cuja gestão assumiu em abril de 2009.
Apesar de a direção atual da Gama Filho alegar dificuldades financeiras, o presidente do grupo e reitor do Uniandrade, José Campos de Andrade, diz que ela é um bom ativo. "A Gama Filho é uma instituição muito representativa, que vivenciou todas as fases políticas do país. Incorporá-la ao nosso grupo significa trazer os valores e a força da marca Gama Filho para nossas outras universidades, em Curitiba, São Paulo e Brasília", declarou.
Para o empresário, o negócio, que incorpora ao grupo uma unidade com faturamento anual de R$ 200 milhões, é promissor. "A Gama Filho vem crescendo entre 3% e 5% por ano. Isso é muito notável, especialmente quando o mercado de educação superior se mantém praticamente estagnado." Ele afirmou ainda que não deve realizar demissões. "Quem faz a universidade são os professores, eles são os principais ativos da Gama Filho. Vamos aproveitar todo o quadro acadêmico", disse.
Também estão entre os planos, segundo o reitor, dobrar o número de alunos da instituição de 47 mil para 100 mil no prazo de até 18 meses. A estratégia é ampliar os investimentos em ensino a distância, iniciando o projeto com 15 novos cursos de graduação na modalidade.Campos de Andrade garante que terá fôlego para novas aquisições estão na mira negócios no eixo Rio-São Paulo, sendo que já existem três universidades cariocas em prospecção e com chances de incorporação até o fim do primeiro semestre. Sobre as dívidas do Uniandrade, ele afirmou que "em seis meses todas serão quitadas."



