
Parada há quase um mês, a termelétrica UEG Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), volta a operar em potência máxima neste fim de semana. A informação foi divulgada ontem pelo diretor financeiro da Companhia Paranaense de Energia (Copel), Ricardo Portugal Alves, em teleconferência com analistas de mercado. Controlada pela Copel, que tem 80% de seu capital, a usina está alugada para a Petrobras, dona de 20% do negócio.
Movida a gás natural, a UEG não foi projetada para funcionar o tempo todo. Ela serve para assegurar o abastecimento de energia no Sul do país em momentos críticos, e em geral é acionada para poupar os reservatórios das hidrelétricas da região em épocas de estiagem. A potência da termelétrica é de 480 megawatts (MW), o suficiente para abastecer uma cidade com 1,4 milhão de habitantes.
Na região de Curitiba, onde fica a nascente do Rio Iguaçu, não chove desde o fim de julho. Mesmo assim, a situação dos reservatórios da bacia do Iguaçu é confortável: na quinta-feira, eles ocupavam em média 89% de sua capacidade, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS). A questão é mais delicada nos lagos das outras bacias do Sul: a falta de chuva baixou o nível médio dos reservatórios da região de 76% para 69% nas últimas duas semanas.
O aluguel da UEG tem sido especialmente rentável para a Copel em 2012. A estiagem dos primeiros meses do ano baixou os reservatórios do Sul aos menores níveis em uma década, obrigando a termelétrica a ficar ligada por mais tempo. Ela operou quase sem parar entre março e junho, rendendo à Copel R$ 40,6 milhões no primeiro semestre deste ano, mais que o dobro do aluguel recebido em igual período de 2011 (R$ 16,4 milhões).
Baixo Iguaçu
O presidente da Copel, Lindolfo Zimmer, disse na teleconferência que "estão em situação muito boa" as negociações para a estatal entrar na sociedade que construirá a hidrelétrica de Baixo Iguaçu, no Sudoeste do Paraná. A dona da concessão é a Neoenergia, e a Copel pretende ter uma fatia de ao menos 30% no negócio.
"Nosso interesse se justifica porque temos três usinas no Rio Iguaçu, o que deve gerar sinergias de operação e manutenção", explicou. Segundo ele, o investimento na construção deverá ser "bem inferior" à estimativa que vinha sendo divulgada, de R$ 1,6 bilhão.
Zimmer também disse que a Copel e mais oito empresas do setor contrataram, por R$ 110 milhões, um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental de cinco usinas no Rio Tapajós, no Norte do país. Juntas, essas hidrelétricas terão potência de pouco mais de 10 mil MW, "o suficiente para atender duas cidades do porte de São Paulo", segundo o executivo.



