O acionamento de usinas térmicas para atender a demanda de energia elétrica no país durante o período de escassez de chuvas resultará em um custo adicional de 500 milhões de reais até novembro, segundo o Operador Nacional do Sistema (ONS).
O diretor geral do ONS, Hermes Chipp, afirmou nessa quinta-feira que de maio a outubro houve um despacho de térmicas de 7 mil megawatts (MW) em média por mês, bem acima do patamar observado no mesmo período de 2009. "No ano passado com a crise, a demanda diminuiu e o encargo com térmicas ficou em 130 milhões de reais, o equivalente a menos de 2 mil MW ao mês", disse à Reuters o diretor do ONS.
Segundo ele, se a hidrologia não se estabilizar até novembro, conforme a previsão, os encargos com o despacho de térmicas poderão superar os 500 milhões de reais, visto que as usinas precisariam continuar operando até o fim do ano.
"A hidrologia deu um sinal de reversão (positiva), mas a meteorologia não garante a estabilidade... 500 milhões é com o desligamento em novembro. Se não desligar em novembro, vai gastar mais que isso", declarou o diretor geral do ONS ao descartar a necessidade de estender o acionamento das térmicas até o começo de 2011 para garantir a demanda e o nível dos reservatórios.
Apesar da baixa nos reservatórios no período seco, os níveis estão dentro da meta fixada pelo operador. No sistema Sudeste-Centro-Oeste, os reservatórios estão em 47 por cento e a meta é de um nível de 39 por cento. No sistema Nordeste, contudo, os reservatórios estão em 44 por cento, sendo que a meta é de 45 por cento para garantir o abastecimento em 2011.
"Os reservatórios estão em um nível satisfatório", afirmou o diretor ao lembrar que para atender a demanda no nordeste, o sudeste está enviando cerca de mil MW para o nordeste e 2 mil para o norte.
Além da redução dos reservatórios ao longo do período de estiagem, em 2010 houve um forte crescimento da carga de energia no país. Segundo Chipp, depois do impacto da crise em 2009, a carga movimentada pelo sistema deve crescer 8 por cento esse ano.
HORÁRIO DE VERÃO
O diretor do ONS afirmou que o horário de verão , que começa no dia 17 de outubro, deve provocar uma redução na demanda no horário de pico de aproximadamente 4,5 por cento, o equivalente a 2.530 MWs de energia.
O horário de verão evita o despacho de térmicas e a economia prevista é de 80 milhões de reais. "A economia de energia é proporcional a 70 por cento do consumo de uma cidade como o Rio de Janeiro. Ele evita investimentos em planejamento de capacidade no sistema de 2 bilhões de reais", disse Chipp.



