• Carregando...

Castigados pelo frio que não veio durante o inverno, empresários do setor do vestuário foram golpeados novamente em setembro e começo de outubro, quando o calor esperado marcou pouca presença, cedeu lugar às temperaturas baixas em todo o estado e, como resultado, as vendas da coleção de verão não engrenaram. "Vendemos cerca de 20% a menos que em setembro do ano passado. E vale lembrar que no ano passado as vendas também caíram em relação a 2004", afirma Alberto Naban, vice-presidente do Sinveste, que representa as confecções de Cianorte. "O mês de setembro foi horrível", concorda o presidente do Sindicato da Indústria do Vestuário de Curitiba e região (Sindivest), Ardisson Naim Akel.

"O frio prejudica bastante, porque aí as pessoas não compram nem a moda inverno, que já passou, nem a moda verão. Se é pra comprar e deixar no armário, é melhor deixar guardado lá na loja", reflete a vice-presidente da Associação de Malharias de Imbituva, Geny Iarema. Este raciocínio, segundo ela, derrubou as compras que as lojas fizeram no mês passado. "Na Expovest [exposição de lançamento da coleção verão], em agosto, estávamos indo bem. Mas o mês de setembro quebrou o nosso negócio", lamenta Alberto Naban.

Ardisson Akel tem três lojas em Curitiba – uma delas dentro de shopping. Como os shoppings fazem grandes liquidações de inverno até a primeira quinzena de setembro, a loja que fica no Mueller até faturou um pouco no mês passado. "Mas depois disso, ninguém quer mais comprar casaco de lã. O negócio é esperar o tempo firmar para as vendas da coleção nova deslancharem", afirma.

Futuro promissor

Mas se o frio fora de época vem frustrando as expectativas do setor do vestuário, a projeção é que as compras devem aumentar mais que o normal quando, de fato, esquentar. "Os representantes e as lojas estão apostando muito no mês de novembro. Neste fim de ano esperamos faturar aproximadamente 40% a mais que no fim do ano passado", diz Alberto Naban. Diferentemente do estoque para pronta-entrega, cuja venda caiu no mês passado, as encomendas para novembro têm aumentado bastante, segundo o vice-presidente do Sinveste.

A razão para o otimismo é a mesma que fez as vendas caírem em meses anteriores. Com o inverno quente, os consumidores usaram bastante as roupas do verão passado. "Eles vão precisar comprar muita roupa nova quando o calor chegar", diz Naban.

"A maioria das empresas não teve alteração de preços. Se houve, foi muito pequena. Isso também vai ajudar a vender mais neste fim de ano", projeta Akel, de Curitiba.

O raciocínio que despertou otimismo quanto ao verão também anima as projeções para o inverno do ano que vem. Em Imbituva, o Arranjo Produtivo Local (APL) da região congrega 44 empresas, a maioria especializada em moda inverno. "Este ano as pessoas compraram pouco, por causa do calor na metade do ano. Mas ainda assim usaram bastante as roupas que já tinham, porque esfriou em maio e em setembro", diz Geny Iarema, da Associação de Malharias.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]