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A Companhia Vale do Rio Doce anunciou no fim da noite de segunda-feira que concluiu a aquisição da mineradora canadense de níquel Inco ao obter 75,66% do capital da empresa. Com a aquisição, a Vale, que já era a maior produtora de minério de ferro do mundo, se torna a segunda maior mineradora global, atrás apenas da australiana BHP Billiton. A Inco é a segunda maior produtora de níquel do mundo.

A mineradora brasileira comprou 174.623.019 ações ordinárias da Inco por 86 dólares canadenses por ação. O pagamento deve ser realizado até 26 de outubro. A operação completa é estimada em US$ 17,12 bilhões.

A empresa ainda divulgou que prorrogou o prazo de sua oferta até a meia-noite (horário de Toronto) de 3 de novembro deste ano "para prover aos acionistas da Inco que ainda não aderiram à oferta oportunidade de analisá-la e aceitá-la".

A oferta da Vale foi feita no dia 11 de agosto e, em um primeiro momento, os mercados reagiram mal à notícia. Duas das mais importantes agências de classificação de risco (Moody's e Fitch) chegaram a dizer que revisariam os ratings da companhia.

No entanto, o presidente da Vale, Roger Agnelli, admitiu que o preço era alto, mas justo, ressaltando a importância da aquisição para a empresa brasileira. No dia 10 de outubro, um pool de mais de 20 bancos ofereceram mais de US$ 34 bi para que a empresa adquirisse a Inco e funcionará como empréstimo-ponte na conclusão da aquisição da empresa.

De acordo com comunicado, a Vale informou que pretende "tomar medidas para adquirir as ações ordinárias da Inco remanescentes no mercado".

Com valor de mercado estimado em US$ 50 bilhões, só no primeiro semestre deste ano, a Vale teve receita de R$ 18 bilhões e lucro líquido R$ 6 bilhões. A companhia produz atualmente cobre, bauxita, potássio, alumina e alumínio, além de minério de ferro, e está presente em 14 estados brasileiros e 16 países.

Até sexta-feira passada a adesão dos acionistas da Inco era de mais de 30%, segundo uma fonte próxima à operação. Para concluir a aquisição da companhia, a Vale precisava de adesão de dois terços dos acionistas da empresa canadense.

Pelo acordo para a aprovação da operação pelos órgãos reguladores canadenses, a Vale se comprometeu a não realizar demissões na Inco nos próximos três anos. Depois disso, as demissões terão de ser limitadas a 15% do total de funcionários da empresa canadense, que tem 100 anos de tradição no país.

A Vale informou ainda que pretende recompor o Conselho de Administração da Inco e deslistar as ações da companhia das bolsas de Nova York e Toronto assim que possível.

A empresa brasileira acrescentou que pretende, assim que o número de acionistas da Inco for reduzido, fazer com que a mineradora canadense deixe de ter obrigação de divulgar informações nos Canadá e nos Estados Unidos.

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