Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Minério de ferro

Vale diz que exportações são prejudicadas pela invasão de Carajás

A Companhia Vale do Rio Doce informou que a paralisação da produção de minério de ferro na mina de Carajás, no Pará, provocada pela ocupação de cerca de 200 índios, está prejudicando as exportações da empresa, que poderá adotar medidas jurídicas em relação aos contratos de fornecimento com seus clientes. Segundo diretores da companhia, que conversaram com a jornalista Miriam Leitão , o estoque de minério no Porto de São Luiz, por onde é escoada a produção de Carajás, deveria terminar ainda nesta quinta-feira, fazendo com que a Vale tenha de suspender as exportações.

A produção diária de Carajás é de 250 mil toneladas de minério de ferro e a Vale informou que as atividades operacionais estão suspensas e os 15 mil funcionários parados. A Mina foi invadida pelos índios Xikrin, das aldeias Cateté e Djudjêkô na terça-feira , quando chegaram a fazer reféns 600 funcionários da Vale, que foram liberados nessa quarta-feira.

Os índios pedem o reajuste dos recursos mensais repassados pela Vale como reparação aos indígenas por suas atividades na região, além de construção de casas além de reforma de estradas da região (veja a íntegra das reivindicações ). Diretores da Vale informaram que a companhia paga R$ 9 milhões por ano aos índios.

Além disso, a companhia informou ainda que a Mina de Carajás não está localizada em terra indígena. Na tarde de quarta-feira, os índios foram notificados pela Justiça Federal com um mandado de reintegração de posse pedido pela companhia, determinando a desocupação da área invadida.

Em nota, a Vale afirmou que "não compactua com tais métodos ilegais e não cederá a chantagens de qualquer espécie". Ainda na nota, a Vale alega que a Funai é responsável por qualquer negociação com os índios, mas, até o momento, a fundação não teve êxito em convencê-los a desocupar a área

Veja a íntegra da nota:

1) Cerca de 200 índios da Terra Indígena Xikrin, das aldeias Cateté e Djudjêkô, continuam ocupando as instalações da Companhia Vale do Rio Doce em Carajás (PA), armados de arcos, flechas e bordunas. Na tarde de quarta-feira, 18/10, os índios foram notificados pela Justiça Federal com um mandado de reintegração de posse, determinando a desocupação da área invadida no dia 17;

2) As atividades operacionais estão suspensas e os 15 mil funcionários parados. A produção diária de Carajás é de 250 mil toneladas de minério de ferro, que deixam de ser exportados, podendo levar a companhia a adotar medidas jurídicas com relação aos contratos de fornecimento com seus clientes;

3) A CVRD entende que a Funai é responsável por qualquer negociação com os índios, mas, até o momento, a fundação não teve êxito em convencê-los a desocupar a área;

4) A CVRD reitera que não compactua com tais métodos ilegais e não cederá a chantagens de qualquer espécie.

5) A Mina de Carajás não está localizada em terra indígena.

Leia mais Globo Online

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.