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A cotação dos títulos da dívida da Petrobras emitidos no exterior está em forte queda, em um sinal do aumento da percepção de risco em relação à empresa.

Hoje, os bônus da Petrobras são cotados a preços equivalentes aos de empresas com maior percepção de risco, os chamados junk bonds. Ou seja, como se a empresa não tivesse mais a classificação de risco de grau de investimento, considerada segura pelo mercado, embora esta ainda seja a nota que ainda a empresa possui segundo as agências internacionais de rating.

Investidores procuram se desfazer dos bônus da Petrobras, depois da divulgação, na sexta-feira (12), de informações complementares sobre a situação financeira da estatal.

Na sexta-feira, a Petrobras adiou, pela segunda vez, as demonstrações contábeis do terceiro trimestre, em meio às investigações sobre corrupção, mas adiantou alguns dados aos investidores.

As informações veiculadas na sexta-feira mostram que a Petrobras obteve um prazo maior com credores para que apresente seu balanço sem revisão do auditor.

Com essa medida, a empresa evita que donos dos títulos da dívida exerçam uma cláusula do contrato que a obrigaria a acelerar o pagamento de suas dívidas, caso não publicasse o balanço auditado.

Isso mostra a preocupação - e o risco - da empresa em relação à possibilidade de ter de adiantar o pagamento das dívidas. A queda do preço do petróleo também contribuiu para pressionar os bônus da estatal.

De acordo com fontes que operam no mercado de dívida, o bônus da Petrobras que vence em 2024 registrou queda de aproximadamente de 4,2%, saindo de 95% do valor de face na sexta-feira para 91% ontem.

Nesse preço, o retorno do papel está em 7,6%, o mais alto desde que foi lançado este ano, enquanto o spread sobre o Treasury está em 545 pontos-base (5,45 pontos porcentuais). Na sexta-feira, o spread estava em torno de 495 pontos-base. Quanto maior o retorno, maior a percepção de risco.

"A máxima de hoje é a mínima de amanhã", brincou um operador ao falar da cotação das ações da Petrobrás.

Dúvidas

Existem muitas dúvidas sobre o acerto. A Petrobras reapresentou na sexta-feira, por exigência da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o formulário de referência de 2014, em sua terceira versão, com informações complementares sobre cláusulas contratuais (covenants).

O documento informa que um aditivo contratual "aprovado e em execução" confere à Petrobras o prazo de até 120 dias após o término do trimestre para divulgar o balanço trimestral sem revisão de auditor. A estatal teria, dessa forma, até o dia 28 de janeiro para publicar o balanço.

O documento não deixa claro, contudo, quais mudanças envolvem a atualização. O documento informa que houve uma mudança na "obrigação para apresentação de balanço sem revisão do auditor", de forma a ampliar o prazo para a divulgação do material sem revisão pelo auditor. As cláusulas contratuais estão vinculadas a financiamentos no valor de US$ 7 bilhões.

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