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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou na noite desta quarta-feira (9) a elevação da taxa básica de juros de 9,5% para 10,25% ao ano. Com isso, após um ano, a taxa retornou ao patamar de dois dígitos.

Veja o que economistas e entidades acharam da decisão do Banco Central:

Celso Grisi, professor da Faculdade de Economia e Administração da USP

"Na minha opinião, subiu pouco. Eu queria que fosse uma alta de 1 ponto, mas era de se esperar que o BC optasse pelo 0,75 ponto, que já era aceito pelo mercado. Mas eu acho que o ritmo de crescimento da economia está muito forte e arrefecendo muito devagar. O BC não podia perder a oportunidade de subir um pouco mais quando a população já esperava e até concordava.

Acho que nos próximos períodos o BC deveria contingenciar o crédito para furar algumas bolhas que estão muito fortes como a do setor imobiliário e de carros. Não precisaria cortar crédito, mas reduzir prazos. Acredito que os juros subam mais um ponto até o final do ano, não pode ficar menor do que está. O governo está subestimando a expansão do crédito e do consumo da classe C".

Alencar Burti, presidente da Associação Comercial de São Paulo (ACSP)

"Fico em dúvida se essa medida pode contribuir de forma positiva para o empresário e para o consumidor, que terão que arcar com o aumento dos juros sobre a dívida pública".

Miguel Torres, presidente em exercício da Força Sindical

"A decisão equivocada é um balde de água fria na aquecida economia brasileira, que demonstrou recentemente, através do PIB uma imensa capacidade para o crescimento com geração de emprego e renda. Os tecnocratas do Banco Central torcem contra o crescimento econômico do Brasil. É uma insanidade a decisão dos membros do Copom em aumentar a taxa básica de juros. Lamentamos a insistência dos tecnocratas em travar o crescimento, utilizando métodos para conter supostas pressões inflacionárias que são perversos para com os trabalhadores."

Artur Henrique, presidente nacional da CUT

"Desestimular os investimentos produtivos e prejudicar fortemente as contas públicas. Foi isso que o Conselho de Política Monetária fez nesta quarta-feira. Mereceriam elogios por causa disso? De nossa parte, certamente não. Trata-se claramente de uma política assistencialista para banqueiros.E ainda existe uma forte pressão por parte do setor financeiro e seus representantes para que esse ciclo de aumento da taxa básica de juros permaneça. Pelos cálculos do economista Amir Khair, se a taxa chegar a 11,75% até o final deste ano, o Brasil gastará a mais com a rolagem da dívida o equivalente a R$ 13 bilhões."

Confederação Nacional da Indústria

"O excepcional crescimento de 9% no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre não deve orientar as expectativas para o restante do ano, porque os incentivos fiscais, criados para amenizar o impacto da crise internacional sobre a economia brasileira, foram extintos em março. (...) Portanto, há espaço para que o ciclo de alta dos juros seja mais curto e de menor intensidade que o inicialmente previsto".

Orlando Diniz, presidente da Fecomércio-RJ

"A decisão do Copom preocupa a Fecomércìo-RJ por prejudicar o desempenho do comércio, que contribui muito para o crescimento econômico do país. A hora é de escolher pelo incentivo ao consumo das famílias em vez de aumentar o peso do Estado brasileiro. A opção pela atividade comercial melhora a qualidade de vida da população, dá acesso a uma alimentação digna e a produtos duráveis, conquistas que se mostraram importantes durante a recuperação da crise".

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