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O agronegócio e as grandes montadoras instaladas no Paraná, que em 2006 foram os principais responsáveis pela estagnação das exportações do estado, agora pesam a favor do comércio exterior paranaense. Entre janeiro e março, a recuperação dos dois setores colaborou para o crescimento de 15,7% das exportações em relação ao mesmo período do ano passado – desempenho ligeiramente superior ao da média nacional, que avançou 15,4%. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o Paraná exportou US$ 2,422 bilhões no primeiro trimestre, frente aos US$ 2,094 bilhões registrados nos três primeiros meses do ano passado.

A venda de soja em grãos, principal produto exportado pelo Paraná, cresceu 65% de janeiro a março. As exportações de milho triplicaram no período. Dois fatores explicam o forte crescimento, de acordo com o assessor econômico da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná (Ocepar), Robson Mafioletti: o aumento da safra paranaense e a valorização das cotações dos grãos no mercado internacional.

"Depois de dois anos muito ruins, voltamos a ter uma safra normal, sem quebra de produção. Ao mesmo tempo, as cotações da soja e do milho estão mais altas, compensando a queda do dólar e colaborando para o crescimento das vendas tanto em valor quanto em volume", explica Mafioletti.

O bom desempenho do agronegócio – embalado também pelas vendas de álcool, que cresceram 230% – se reflete nos dados das cooperativas e comercializadoras de grãos. Quase todas elevaram suas vendas em mais de 50%, com destaque para a Cargill, que multiplicou por sete suas exportações, assumindo o posto de terceira maior exportadora do estado.

O desempenho das montadoras de automóveis também anima. Depois de uma redução de 35% no ano passado, a Volkswagen, principal exportadora paranaense, vendeu quase 60% mais no primeiro trimestre. A Renault, que já havia crescido em 2006, comemora um aumento de 21% em suas exportações nos três primeiros meses do ano, enquanto as vendas da Nissan cresceram pouco mais de 40%. A montadora de ônibus e caminhões Volvo e a fabricante de máquinas agrícolas CNH registraram queda de 23% e 9%, respectivamente.

Seguindo uma tendência nacional, as importações paranaenses vêm crescendo em ritmo mais forte que as exportações. As compras de US$ 1,764 bilhão nos três primeiros meses do ano representam um aumento de quase 35% na comparação com o primeiro trimestre de 2006. O avanço é mais forte que o das importações de todo o Brasil, que subiram 25,4%.

Ao mesmo tempo em que impulsionam as exportações, o agronegócio e o setor automotivo também exercem pressão pelo lado das compras: além do petróleo – matéria-prima da Repar, de Araucária –, os principais produtos importados pelo estado foram automóveis, autopeças, fertilizantes e trigo.

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