A Venezuela completará ``em breve'' o processo de migração para empresas mistas com maioria estatal os projetos da faixa petrolífera do Orinoco, disse no sábado o presidente Hugo Chávez, referindo-se a uma operação que era prevista para ter sido concluída em 2006.
O governo venezuelano promove desde 2005 um aumento do controle sobre os poderosos recursos petrolíferos do país, obrigando as multinacionais a alterar seus contratos para formar empresas mistas com maioria acionária da estatal Petroleos de Venezuela (PDVSA).
``Já estamos quase prontos com a nacionalização dos convênios de associação existentes na faixa petrolífera do Orinoco para ajustá-los às condições que estabelece a Lei de Hidrocarbonetos'', disse Chávez em seu discurso de prestação de contas à nação.
A PDVSA está associada às norte-americanas Chevron, Conoco Phillips e Exxon Mobil ; a francesa Total ; a norueguesa Statoil e a britânica BP em quatro projetos que convertem o petróleo cru pesado para que possa ser processado em refinarias tradicionais.
``Aos que querem permanecer como nossos sócios, deixamos aberta a porta. Quem não quer ficar como sócio minoritário, entregue-me o campo e 'good bye, very good bye, good luck, thank you very much,''' disse Chávez na Assembléia Nacional, que está sob completo controle de seus partidários.
O novo ministro de Finanças, Rodrigo Cabezas, ameaçou na sexta-feira nacionalizar todos esses projetos, avaliados em 33 bilhões de dólares, caso fracassem as negociações com os grupos energéticos para que se adaptem às novas condições impostas pelo governo venezuelano.
``Este (maioria acionária nos projetos do Orinoco) é um passo que nos faltava dar'', disse ele, referindo-se à gestão dos recursos energéticos pelo Executivo.
O governo está imerso em um processo de certificação do petróleo contido na faixa do Orinoco, que poderia crescer, segundo Chávez, a 272 bilhões de barris, o que converteria a região na maior reserva de hidrocarbonetos do mundo.



