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| Foto: DANIEL ROLAND/AFP

A eleição do republicano Donald Trump como novo presidente dos Estados Unidos impulsiona o dólar em mais de 2% na manhã desta quarta-feira (9), a exemplo do avanço visto ante outras moedas emergentes e ligadas a commodities.

Em relação ao peso mexicano, a moeda norte-americana subia mais de 8% no início da manhã, visto que durante a campanha Trump prometeu construir um muro na fronteira e ameaçou deportar milhões de imigrantes ilegais.

Às 9h30, o dólar à vista subia 2,12%, a R$ 3,2406 e o dólar para dezembro subia 2,23%, a R$ 3,2590. O Ibovespa futuro tinha queda de 3,87%, aos 62.485 pontos.

O contrato de swap default de crédito (CDS, na sigla em inglês) brasileiro de 5 anos operava em alta de 4% na manhã desta quarta, aos 277 pontos. O aumento no custo do seguro para a dívida brasileira está em linha com o observado em outros mercados emergentes, após a vitória inesperada do candidato republicano, Donald Trump, na eleição presidencial dos EUA.

Estimativa

O economista-chefe da Gradual Investimentos, André Perfeito, avalia que a vitória de Donald Trump na eleição para a presidência dos Estados Unidos vai gerar uma grande indefinição no curto prazo no mundo. Perfeito considera que a reação natural será a fuga para ativos mais seguros, como o dólar. Dessa maneira, o Brasil deve sofrer com a depreciação do câmbio.

Com a vitória de Trump, Perfeito alterou sua projeção para a moeda americana no final deste ano, de R$ 3,30 para R$ 3,60. Em relação às moedas fortes, Perfeito afirma que o dólar deve perder, pelo menos nesse primeiro momento. “Está todo mundo com medo, ninguém sabe quem o Trump é.”

A desvalorização do real pode impactar a inflação em 2017 e 2018, o que, segundo Perfeito, pode levar o Banco Central a ser ainda mais cauteloso na flexibilização da política monetária. “Se o real se depreciar fortemente, BC terá mais cautela para cortar juros. O interregno benigno no mercado internacional já não está tão benigno assim”, afirmou.

Para 2016, no entanto, o economista considera que a mudança na política norte-americana não deve impactar mais a inflação. Além da depreciação do câmbio, Perfeito considera que a Bolsa brasileira vai cair, mas, segundo ele, já haveria realização no fim deste ano, pois tanto a Bolsa teve grandes ganhos em 2016 quanto o dólar caiu bastante.

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