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Aviação

Voepass prepara reestruturação de dívidas após acidente aéreo de 2024

VoePass
Companhia segue caminho de concorrentes e pode pedir reestruturação judicial no futuro. (Foto: reprodução/Instagram Voepass)

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A companhia aérea Voepass protocolou na Justiça de São Paulo, nesta segunda-feira (3), um pedido de tutela preparatória para renegociação de dívidas e reorganização do fluxo de caixa. A medida é vista como um passo para um eventual pedido de recuperação judicial no futuro, diante dos desafios financeiros enfrentados pela empresa.

Em nota, a Voepass afirmou que a iniciativa busca “a reestruturação de suas obrigações financeiras de curto prazo e o fortalecimento da estrutura de capital para obter sustentabilidade no longo prazo”.

A companhia destacou ainda que o pedido tem como objetivo “organizar os passivos e seu fluxo de caixa”, diante do aumento dos custos operacionais e das dificuldades enfrentadas pelo setor aéreo.

A crise financeira da empresa, diz, se agravou após a queda do voo 2283, em agosto de 2024, que deixou 62 mortos ao cair em uma área residencial de Vinhedo, no interior de São Paulo. A Voepass afirmou que, antes do acidente, tinha uma “ampla malha e saúde financeira propícia para continuar sua expansão programada”. No entanto, a tragédia afetou diretamente sua estabilidade.

“É importante ressaltar ainda que a medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, já que estes estão sendo realizados através da seguradora. A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível”, disse a companhia em nota.

Além do impacto do acidente, a empresa citou outros fatores que pressionaram sua estrutura financeira, como os efeitos prolongados da pandemia, a alta nos custos operacionais e o aumento do valor do leasing de aeronaves, que são pagos em dólar.

A Voepass garantiu que os salários e benefícios dos funcionários serão pagos normalmente e que a venda de passagens e a operação da companhia não serão impactadas.

“Nos últimos três anos, facilitamos o transporte de 2,7 milhões de passageiros e mais de 900 mil em 2024, que puderam contar com nosso serviço para se deslocar entre diversas regiões do Brasil, e empregamos 809 pessoas e geramos uma infinidade de empregos indiretos”, completou a nota.

Além da VoePass, as companhias aéreas Gol e Latam também precisaram recorrer à recuperação judicial – mas, na Justiça dos Estados Unidos. Mais recentemente, a Azul anunciou um acordo com a Gol para otimizar custos e dívidas com vistas a uma futura fusão, além de um acerto com o governo para reduzir as dívidas tributárias.

Veja nota da Voepass na íntegra:

A VOEPASS Linhas Aéreas comunica que nesta data ajuizou um pedido de tutela preparatória na forma da legislação vigente, objetivando a reestruturação de suas obrigações financeiras de curto prazo e o fortalecimento da estrutura de capital para obter sustentabilidade no longo prazo. O pedido, que contempla o reperfilamento da condição de endividamento, visa organizar os passivos e seu fluxo de caixa.

A operação de suas rotas atuais segue com normalidade, assim como a venda de passagens e as reservas, que podem ser encontradas no site da VOEPASS além dos canais de vendas de empresas parceiras, assegurando seu compromisso de conectar o interior do Brasil aos grandes pólos, desenvolvendo a aviação regional brasileira e preservando sua função social de garantir e gerar postos de trabalho.

“Mesmo diante de tantas adversidades setoriais, considerando todos os desafios que a aviação no Brasil enfrenta há algum tempo, como é de conhecimento público, nós chegamos aos 30 anos de atuação na aviação regional – a companhia aérea há mais tempo em operação no Brasil -, pautando nossa história pela resiliência e pela busca de soluções, sempre focada na missão de tornar possível conectar o interior do País com um serviço de qualidade” afirma José Luiz Felício Filho, CEO da VOEPASS Linhas Aéreas.

“Fomos responsáveis por desbravar e atuar com pioneirismo em inúmeras cidades brasileiras, que nunca tinham contado com voos comerciais, contribuindo, inclusive, para o desenvolvimento de diversas regiões”, diz Felício. “Nos últimos três anos, facilitamos o transporte de 2,7 milhões de passageiros e mais de 900 mil em 2024, que puderam contar com nosso serviço para se deslocar entre diversas regiões do Brasil, e empregamos 809 pessoas e geramos uma infinidade de empregos indiretos”.

Em meados de 2024, a VOEPASS contava com uma ampla malha e saúde financeira propícia para continuar sua expansão programada, que foi impactada após o trágico acidente do voo 2283, em agosto passado.

É importante ressaltar ainda que a medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, já que estes estão sendo realizados através da seguradora. A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível.

Diante deste novo momento, a medida se fez necessária, já que o mercado da aviação comercial passa por uma crise setorial, sofrendo desde a pandemia com o fechamento do espaço aéreo que restringiu a 30% de realização da projeção de passageiros transportados para o ano de 2020 e impactou drasticamente o fluxo de caixa da companhia; enfrentando os efeitos econômicos diretos decorrentes da influência na base de seus custos de componentes macroeconômicos como o dólar e o petróleo; considerando o custo operacional da atividade aérea, que envolve a manutenção das aeronaves, incluindo reparo e substituição de peças importadas e o alto valor do leasing, ambos com pagamentos em dólar. A medida é um caminho importante para que a empresa continue honrando compromissos com seus passageiros, colaboradores, parceiros e credores.

A companhia ressalta que seguirá priorizando salários e benefícios dos colaboradores normalmente ao longo desse processo e que as atividades serão mantidas; assim como cumprirá com os pagamentos pelos serviços prestados e produtos entregues a partir da data deste processo.

“Com esta medida, conseguiremos, em breve, retomar o fôlego financeiro e dar início a uma reestruturação para que a VOEPASS mantenha sua função social e continue com sua missão, que é de interesse da sociedade, desenvolvendo a aviação regional brasileira e viabilizando a manutenção de centenas de empregos”, conclui Felício.

A VOEPASS conta com a participação das assessorias jurídicas especializadas e experientes, Daniel Carnio Advogados, Mubarak Advogados Associados, assim como a assessoria financeira da EXM Partners, para formatação da medida.

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