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Fraude em sistema  de emissão de poluentes suspende venda de modelos e derruba ações da empresa | Christian Charisius
Fraude em sistema de emissão de poluentes suspende venda de modelos e derruba ações da empresa| Foto: Christian Charisius

A montadora alemã Volkswagen suspendeu nesta segunda-feira, 21, a venda nos Estados Unidos de seus modelos a diesel de quatro cilindros das marcas VW e Audi, depois de admitir que falsificou dados sobre emissões poluentes.

Um porta-voz da empresa confirmou à AFP a decisão. Os dois modelos representavam 23% das vendas da Volkswagen nos Estados Unidos. A empresa alemã vendeu de janeiro a agosto 240 mil veículos no mercado americano.

A empresa é acusada por autoridades americanas de falsificar informações sobre emissões de poluentes.

Na sexta-feira (18), a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos disse que a montadora europeia usou software para carros a diesel da VW e da marca Audi que enganou reguladores na medida de emissões tóxicas, podendo enfrentar até US$ 18 bilhões em penalidades. Na sexta-feira, a empresa foi obrigada a fazer um recall de quase 500 mil unidades.

Apesar das fortes quedas da Volkswagen, as Bolsas europeias tinham alta nesta segunda.

Cynthia Giles, uma agente da EPA (Agência de Proteção Ambiental dos EUA), disse na sexta-feira que os carros em questão “continham software que desativava controles de emissões ao dirigir normalmente e os ligava quando o carro estava passando por um teste de emissões”.

O recurso, que a EPA chamou de “dispositivo manipulador”, mascara as verdadeiras emissões apenas durante o teste.

Quando os carros estão na rua, eles emitem até 40 vezes o nível de poluentes permitidos pelas regras de ar limpo destinadas a garantir a proteção da saúde pública, disse Giles.

O escândalo emergiu quando a montadora esperava seguir em frente depois de uma batalha entre suas lideranças. Uma reunião do Conselho supervisor na sexta-feira deve discutir uma nova estrutura para a empresa e um alinhamento da administração.

Alguns analistas disseram que o presidente-executivo, Martin Winterkorn, deveria deixar o cargo. O executivo disse no domingo “lamentar profundamente” a quebra de regras norte-americanas e ordenou uma investigação externa.

“O desastre está além de todas as expectativas”, disse Ferdinand Dudenhoeffer, diretor do Centro de Pesquisa Automotiva da Universidade de Duisburg-Essen.

Winterkorn, que recentemente enfrentou um desafio à sua autoridade com a saída do presidente do Conselho de Administração Ferdinand Piech, dirigiu a marca VW entre 2007 e 2015, incluindo o período de seis anos quando se descobriu que alguns de seus modelos violaram regras norte-americanas de limpeza do ar. Um porta-voz da VW não estava imediatamente disponível para comentar.

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