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Setor automotivo

Volks vai paralisar outros 400 contratos de trabalho

Layoff depende da aprovação dos metalúrgicos. Quase um terço dos funcionários da fábrica paranaense pode parar de trabalhar

Com mais um layoff, 700 funcionários devem ficar afastados da linha de produção da Volks | Albari Rosa/Arquivo/ Gazeta do Povo
Com mais um layoff, 700 funcionários devem ficar afastados da linha de produção da Volks (Foto: Albari Rosa/Arquivo/ Gazeta do Povo)

Depois de suspender o contrato de 300 funcionários em fevereiro, a Volkswagen quer ampliar o layoff para mais 400 trabalhadores na fábrica de São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. A suspensão deve valer por quatro meses. Caso a nova proposta seja aprovada pelos empregados, um terço dos 2,4 mil metalúrgicos da empresa no Paraná deixará de trabalhar nos próximos meses.

A medida visa equilibrar estoques de automóveis à demanda de mercado, que registrou queda nas vendas no primeiro trimestre. No fim da noite de ontem, os trabalhadores do turno noturno fariam a primeira assembleia sobre a proposta. Hoje, estão previstas mais duas votações, às 5 horas e às 14 horas, na frente da fábrica. Procurada, a Volkswagen preferiu não se manifestar sobre as negociações.

Os funcionários que se enquadrarem no programa passarão a fazer cursos de qualificação. A remuneração virá do seguro-desemprego e da complementação salarial por parte da empresa. No acordo anterior, a Volks se comprometeu a manter benefícios como férias e 13.º salário, além de participação nos lucros. A empresa recolhe, no período, 8% do valor devido de FGTS.

Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Sérgio Butka, a montadora vem sofrendo pela combinação de mercado retraído e falta de lançamentos de produtos. "A expectativa da empresa é lançar novos modelos no segundo semestre e recuperar espaço", diz.

A capacidade de produção da Volks é de 870 veículos por dia, mas hoje ela monta 640 em São José dos Pinhais. Cada turno emprega cerca de 800 funcionários. A empresa fabrica os modelos Fox, CrossFox e Spacefox no Paraná.

O primeiro layoff, que previa o afastamento por três meses a partir de fevereiro, veio quatro meses depois de a Volks anunciar investimentos de R$ 520 milhões na fábrica. A suspensão do contrato trabalhista é um instrumento previsto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e já foi usado no passado pela Volks durante a crise econômica de 2008.

Renault

O caso da multinacional alemã, no entanto, não é isolado. Outras montadoras vêm adotando medidas para driblar a queda nas suas vendas. Após cortar parte da produção após o Carnaval, a Renault prolongou a folga do feriado de Tiradentes até o fim dessa semana. A medida, que vale para a linha de montagem de automóveis, foi provocada pela queda nas vendas para Argentina.

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