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Venda de veículos cai 10% no início do mês, informa Fenabrave

As vendas de autos e comerciais leves somaram 91.145 unidades na primeira quinzena de outubro, uma queda de 6,62% sobre o mesmo período do mês passado (98.518), segundo dados divulgados nesta quinta-feira pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.

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As montadoras que operam no País começam a ser afetadas pela crise financeira que se abate sobre o planeta. Com a concessão de férias coletivas, a crise se aproxima da economia real. Por ora, os locais mais afetados são núcleos de produção da Zona Franca de Manaus - onde várias empresas lideradas pela Honda mandaram seus trabalhadores para casa -, São José dos Pinhais (PR), Volks, e Campinas (SP), Honda e empresas de autopeças.

Mais de 10 mil trabalhadores de 16 empresas do distrito industrial de Manaus tiveram suas férias coletivas adiantadas para outubro. Só o grupo Moto Honda, uma das maiores empresas do pólo industrial de Manaus, é responsável por ter adiantado as férias coletivas de 5 mil trabalhadores, da Moto Honda, Honda Lock e Honda Componentes.

"Essas férias são além das coletivas de fim de ano, que começam próximo do Natal", explica o secretário-geral do Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas, João Brandão. Segundo Brandão, as empresas que já teriam anunciado ou começado as férias coletivas de 15 a 20 dias são: Moto Honda, Honda Lock, Honda Componentes, Yamaha, Elgin, Adenso, Federal Mogul, Keyhim, MCB, Mitsuba, Moustashi, Nippon, Nissin, Scorpions, Shwa e Sodesia.

A Yamaha concedeu férias coletivas a 55% dos funcionários, ou cerca de 700 trabalhadores do pólo industrial de Manaus. Em nota, o diretor de relações institucionais da empresa, Jaime Matsui, informa que o recesso é "breve e parcial", de 20 dias, por conta da "crise de confiança que tomou o sistema financeiro em âmbito mundial, cujos reflexos já são notados em nosso mercado de atuação".

O secretário do sindicato disse que, em uma reunião com empresários, foi feita uma sugestão de, conforme a resposta dos mercados à crise internacional, esticar uma suspensão dos contratos de trabalho por três meses. Essa suspensão, segundo Brandão, não oneraria a empresa em caso de demissões - com o pagamento do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), por exemplo.

A Volkswagen anunciou nesta sexta-feira (17) que vai conceder férias coletivas a 900 trabalhadores que fazem o terceiro turno na unidade de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba (PR), como uma forma de "adequação do processo produtivo". Os trabalhadores ficarão em casa durante dez dias entre 3 e 13 de novembro. A empresa monta na unidade paranaense aproximadamente 810 veículos por dia nos três turnos.

De acordo com a assessoria, a Volks tem "flexibilidade" para evitar qualquer descontinuidade no fornecimento de veículos durante o período das férias coletivas. Segundo a direção do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, a Volks já tinha cortado as horas extras desde a semana passada. Na nota em que comunicou as férias em São José dos Pinhais, a empresa ressaltou que também há previsão de descanso de 12 dias entre o Natal e ano-novo na unidade de São Bernardo do Campo, "decorrente de plano de compensação de dias".

Entre as outras montadoras de veículos que têm unidades no Paraná, a Renault, que trabalha em dois turnos, informou que não houve nenhuma alteração na programação da empresa. Também a Volvo, que fabrica caminhões em dois turnos, ônibus em um turno, e cabines e motores em três turnos, mantêm a produção normal e somente concederá as históricas férias coletivas de fim de ano. A Case New Holland, fabricante de tratores e colheitadeiras, igualmente continuará funcionando em três turnos.

O presidente da regional paranaense da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Luiz Antonio Sebben, disse que em seu setor também não há previsão de férias coletivas ou demissões. Ele acredita que, apesar da crise financeira, o setor encerrará o ano com acréscimo de venda entre 13% e 15% em comparação com 2007.

Segundo ele, o maior problema que o setor tem sentido é o de crédito."Temos uma situação em que o governo nega ser reflexo da crise, mas que afeta nosso segmento", afirmou. Sebben acentuou que 70% dos negócios realizados nesse setor dependem de financiamento. No entanto, apontou que os bancos têm dificultado a aprovação de créditos, reduziram os prazos de uma média de 84 para 36 meses, e elevaram os juros que estão em 1,85% ao mês.

Autopeças

Sete fabricantes de autopeças da região de Campinas vão dar férias coletivas ou já vencidas aos trabalhadores para reduzir o ritmo de produção e adequar os estoques a um cenário de queda nas vendas de veículos em razão da crise de crédito.

Segundo o presidente do Sindicato Metalúrgicos de Campinas e Região, Jair dos Santos, a partir de segunda-feira a Sifco, Benteler, Eaton e Valeo darão férias coletivas e vencidas de dez dias. Além de demitir 40 trabalhadores na última semana, a Tampas Click, especializada em tampas para tanques de combustível, programa férias para o fim do mês, assim como Magneti Marelli. A TMD, que normalmente não dá férias coletivas, já informou que irá parar no fim do ano, conta Santos.

A Honda, montadora de veículos, também dará férias de dez dias a 3,5 mil funcionários a partir de segunda-feira. Mas, de acordo com o presidente do sindicato, essa parada estava programada e não está relacionada com a crise.

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