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Volksbus e-Flex pode rodar como veículo 100% elétrico com baterias; como um híbrido elétrico a gasolina ou etanol; e como híbrido elétrico com plug-in em que o motor elétrico tem maior autonomia. | Wander Malagrine - M+Still - MAN/
Volksbus e-Flex pode rodar como veículo 100% elétrico com baterias; como um híbrido elétrico a gasolina ou etanol; e como híbrido elétrico com plug-in em que o motor elétrico tem maior autonomia.| Foto: Wander Malagrine - M+Still - MAN/

Nesta nova era de eletromobilidade, um projeto com tecnologia e DNA brasileiro fez sucesso no maior salão de veículos comerciais do mundo, em Hannover, na Alemanha: o ônibus Volksbus e-Flex, desenvolvido pela engenharia da Volkswagen Caminhões Ônibus (VWCO), em Resende, no Rio de Janeiro, tem propulsão totalmente elétrica e motor de automóvel que funciona como um gerador de energia que aumenta a autonomia do veículo.

O híbrido elétrico Volksbus e-Flex tem um conceito flexível sob dois aspectos: arquitetura de eletrificação e também de uso de combustíveis. Do ponto de vista da arquitetura, ele pode rodar como veículo 100% elétrico com baterias; como um híbrido elétrico a gasolina ou etanol; e como híbrido elétrico com plug-in em que o motor elétrico tem maior autonomia.

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As baterias podem ser alimentadas em carregadores externos no conceito plug-in ou ainda por meio de um gerador interno acionado por um motor de automóvel que proporciona um aumento de autonomia do veículo, gerando energia para ser usada quando não houver mais carga nas baterias. No caso do e-Flex, o motor é o VW 1.4 TSI Flex, usado atualmente no Golf, que permite, por exemplo, o uso de gasolina ou etanol, além de possuir também uma versão para gás ((1.4 TGI), com metano (GNV) ou biometano.

O acionamento do motor à combustão é inteligente e feito de forma automática pelo sistema eletrônico do veículo assim que este detecta o nível de carga das baterias previamente programado. Geralmente ele começa a funcionar quando a carga das baterias está em 20% e desliga automaticamente quando esse porcentual chega a 80%. Para ajudar a manter a carga das baterias, o veículo possui um sistema de recuperação de energia nas frenagens e desacelerações.

Segundo Rodrigo Chaves, vice-presidente de Engenharia e CTO da Volkswagen Caminhões e Ônibus, o conceito do e-Flex responde a todos os desafios do mercado para a introdução da eletrificação. Além de um gerador acoplado ao moto do automóvel, o veículo tem um banco de baterias que dá uma autonomia puramente elétrica de 80 km a 120 km.

“Pela primeira vez um motor de carro de passageiro traciona um veículo pesado de 17 toneladas, um feito inédito da nossa engenharia em um projeto bastante complexo”, detalha Chaves, ressaltando a parceria feita entre as engenharias da Volkswagen Caminhões e Ônibus (Resende, no Rio) e da Volkswagen do Brasil (São Bernardo do Campo, em São Paulo).

Toda essa flexibilidade faz do Volksbus e-Flex um modelo bastante versátil para diversos mercados, atuando como um veículo de transição entre uma frota a combustão e elétrica que pode ser ajustado à matriz energética de cada país. No Brasil, por exemplo, com o uso do etanol no conjunto gerador motor para reduzir emissões de CO2. Por outro lado, em países onde o gás natural predomina na matriz, o Volksbus e-Flex permite operar com a versão do motor 1.4 TGI.

Hoje, um dos maiores desafios dos veículos puramente elétricos está no custo e a autonomia das baterias. Contudo, à medida que a tecnologia evoluir a ponto de reduzir o custo das células, será possível substituir o motor com o gerador elétrico por um banco de baterias, tornando o veículo 100% elétrico.

Reconhecimento da matriz

O projeto do Volksbus e-Flex faz parte de um novo ciclo de investimentos de R$ 1,5 bilhão da Volkswagem em todo o mundo, que inclui iniciativas em veículos elétricos e sustentáveis.

No Brasil, o estudo da para desenvolver veículos de emissões zero começou com veículos leves para transporte urbano de carga. Dentro dessa propostas foi apresentado, no final de 2017, o primeiro caminhão leve 100% elétrico brasileiro, o e-Delivery, também levado ao salão de Hannover. O veículo ganhou fama em agosto deste ano, quando a Ambev anunciou a encomenda de 1,6 mil unidades a serem entregues até 2023.

Com autonomia de 200 km, um dos pontos altos do e-Delivery é que ele possui tração elétrica e opera com níveis de ruído reduzidos, permitindo que trafegue em locais com restrição de barulho em determinados horários. “Tivemos o maior contrato fechado com a Ambev, com o reconhecimento da nossa tecnologia”, diz Chaves.

Com uma divisão de engenharia elétrica estruturada, a empresa deu sequência as pesquisas e entrou no mercado de veículos de passageiros. O Volksbus e-Flex deve chegar às ruas brasileiras já no ano que vem, porém, ainda em fase de testes. A produção em escala está prevista para 2020.

“É a primeira vez que chegamos ao salão [de Hannover] com um papel de protagonistas e com o maior negócio em carteira fechado [venda do e-Delivery para a Ambev], com tecnologia desenvolvida por brasileiros, conceito muito bom e parceria das engenharias da Volkswagen no Brasil. E tudo isso num prazo extremamente curto. Isso demonstra muito o potencial dos profissionais da nossa engenharia aqui do Brasil”, diz Chaves. “Ter esse reconhecimento da matriz, com ampla divulgação do nosso trabalho, e ver o feedback nos nossos colegas de outras unidades foi muito gratificante”, acrescenta.

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