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Mais mudanças a caminho do WhatsApp. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Mais mudanças a caminho do WhatsApp.| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

O WhatsApp anunciou nesta quinta-feira (19) que planeja limitar o encaminhamento de mensagens na plataforma. A principal motivação teria sido as mais de 20 pessoas mortas na Índia somente este ano em linchamentos motivados por rumores espalhados pela plataforma de mensagens. No país, o limite de encaminhamentos será mais rígido.

O WhatsApp informou, em uma postagem no blog oficial, que está lançando um teste para limitar o encaminhamento de mensagens no WhatsApp. Na Índia, país onde os usuários enviam mais mensagens e vídeos do que em qualquer outro lugar do mundo, o limite de conversas para as quais os usuários podem encaminhar uma mensagem foi reduzido para cinco. No restante do mundo, o limite também foi revisto e agora será de 20 conversas. Até então, esse limite era muito maior, de 250 conversas.

Outra novidade desse teste exclusiva para a Índia é a remoção do botão “encaminhamento rápido”, que aparece ao lado de conteúdos de mídia, como fotos e vídeos, a fim de facilitar o compartilhamento.

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As medidas marcam uma mudança importante na arquitetura de um aplicativo cada vez mais utilizado para comunicação política por 1,5 bilhão de pessoas, e vêm em resposta à pressão pública. Trata-se de uma ruptura no tratamento de serviço que, por muito tempo, teve uma abordagem mais solta.

“Acreditamos que essas mudanças — que continuaremos a avaliar — ajudarão a manter o WhatsApp da maneira que foi projetado: um aplicativo de mensagens privadas”, escreveu o porta-voz do WhatsApp, Carl Woog.

Pressão indiana

No início da quinta-feira, o Ministério de Eletrônica e Tecnologia da Informação da Índia havia alertado o WhatApp para encontrar soluções mais eficazes para acabar com os linchamentos no país, sob o risco de enfrentar ações na Justiça.

O governo declarou que o sentimento geral no país é que “muito mais precisa ser feito pelo WhatsApp”.

“Quando rumores e notícias falsas são propagados por arruaceiros, o meio usado para tal propagação não pode fugir da responsabilidade”, escreveu o governo. “Se eles permanecerem espectadores mudos, eles serão tratados como cúmplices e, posteriormente, enfrentarão uma ação legal consequente”.

Outros países também se debateram com a disseminação de notícias falsas na plataforma — inclusive durante uma recente epidemia de febre amarela no Brasil —, mas na Índia o problema é particularmente perigoso porque muitos usuários ingênuos estão se conectando à internet pela primeira vez. Linchamentos ocorreram porque essas pessoas acreditaram que outras eram sequestradoras de crianças devido a rumores que se espalharam no WhatsApp.

Funcionários da empresa de Menlo Park, na Califórnia, estão na Índia esta semana para se reunir com organizações de educação digital e líderes da sociedade civil para discutir a onda de violência que levou a mais controle sobre a disseminação de conteúdo viral no aplicativo, que é usado por 225 milhões de pessoas na Índia, de acordo com o governo do país.

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O WhatsApp, de propriedade do Facebook, disse nesta semana que estudou a maneira como o app foi usado por um partido político indiano específico — que não identificou — em uma recente eleição estadual em Karnataka, dizendo que agentes da campanha formaram dezenas de grupos do WhatsApp, adicionando números de telefone, e usaram esses grupos para enviar milhares de mensagens de spam de cunho político. Porta-vozes dos dois maiores partidos políticos nacionais — o governista Partido Bharatiya Janata e o principal oposicionista, o Congresso Nacional Indiano — negaram terem manipulado o aplicativo.

O WhatsApp disse que o uso do app dessa maneira viola seus termos de serviço, bem como o motivo pelo qual o aplicativo foi criado.

“Criamos o WhatsApp como um aplicativo de mensagens privadas — uma maneira simples, segura e confiável de se comunicar com amigos e familiares. E, à medida que adicionamos novos recursos, temos tido o cuidado de tentar manter a sensação de intimidade que as pessoas dizem amar”, escreveu Woog.

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