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Nem mesmo os incentivos fiscais, que incluem a redução de tributos como o IPI, o Imposto de Importação e o ICMS, são capazes de proteger os empresários da Zona Franca de Manaus da concorrência dos importados chineses. O aumento das importações de produtos como DVDs, CDs e aparelhos de ar condicionado apavora os industriais. Eles pediram ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) medidas protecionistas para evitar que o consumidor de outros estados da federação continue dando preferência às mercadorias vindas da China por um preço inferior aos fabricados na Zona Franca. O pleito já está sendo analisado, informa o MDIC.

- Há uma concorrência predatória provocada não apenas pelos produtos importados da China, mas também devido ao contrabando - afirmou Flávio Dutra, diretor da Federação das Indústrias do Estado do Amazonas.

Segundo ele, o cenário é cada vez pior: a produção de DVDs parou e as indústrias fabricam 40% menos aparelhos de ar condicionado do que há um ano. Enquanto um CD produzido na Zona Franca custa 30% em relação ao mesmo bem vendido no mercado doméstico, a diferença de preço do importado da China chega a 50%.

Esta é a primeira vez que os industriais da Zona Franca de Manaus pedem proteção ao governo federal. Os empresários, afirmou Dutra, querem providências e acreditam que, se for aplicada uma tarifa antidumping ou algum tipo de salvaguarda, é possível a retomada da produção de DVDs, por exemplo.

Em outros segmentos, como motocicletas e aparelhos de televisão de plasma e LCD, as vendas vão bem, disse o diretor da Fieam. No segundo caso, lembrou, há reserva de mercado, o que impede a configuração do cenário negativo para outros setores.

Os técnicos do Departamento de Defesa Comercial (Decom) do Ministério do Desenvolvimento asseguram que o governo não é insensível às preocupações do Pólo Industrial de Manaus (PIM). No início deste mês, o ministro Miguel Jorge, em visita à capital amazonense, anunciou aos empresários locais um pacote de proteção contra a concorrência desleal de alguns produtos importados.

A primeira medida, tomada há dois dias, foi a realização de um seminário cujo tema era "O acordo de subsídios da Organização Mundial do Comércio (OMC) e as implicações para o Modelo Zona Franca de Manaus". Representantes do Decom, dos governos estadual e municipal e dirigentes de entidades do setor produtivo discutiram conceitos sobre defesa comercial.

- A indústria de Manaus ainda hoje utiliza muito pouco o sistema brasileiro de defesa da concorrência, sobretudo o antidumping e a salvaguarda. Vamos promover reuniões em Manaus para esclarecer os industriais como se deve usar corretamente o sistema, principalmente na indústria de eletroeletrônicos, que é algo que preocupa a eles e a nós - disse o secretário-executivo do Ministério do Desenvolvimento, Ivan Ramalho.

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