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Informe institucional

A caminho de uma educação contextualizada

Polêmicas recentes sobre os sistemas nacionais de avaliação nos fazem pensar numa nova mentalidade de ensino

Turma da 4ª série da EM Clotário Santos, em Palmeira, passou a se interessar mais pelos fatos cotidianos e sempre tem algo para ensinar aos colegas | Divulgação
Turma da 4ª série da EM Clotário Santos, em Palmeira, passou a se interessar mais pelos fatos cotidianos e sempre tem algo para ensinar aos colegas (Foto: Divulgação)
Mural de notícias criados pelos alunos da Escola Municipal Clotário Santos, em Palmeira: construção do conhecimento através da leitura do jornal |

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Mural de notícias criados pelos alunos da Escola Municipal Clotário Santos, em Palmeira: construção do conhecimento através da leitura do jornal

Desde a implantação dos sistemas de avaliação do ensino, como o Exame Nacional do Ensino Médio Prova Brasil, muitas são as polêmicas acerca da qualidade da educação brasileira. A divulgação recente dos resultados do Enem ainda fortaleceu certos questionamentos e provocou a sociedade para refletir sobre a quantas anda ao ensino no país. Fala-se em desigualdade socioeconômica, metodologias de avaliação equivocadas, depreciação da profissão do professor, elitização e segregação de alunos, entre outros aspectos. A intenção aqui não é a de tratar dessas questões; mas de pensar um pouco sobre um novo conceito de ensino e aprendizagem.

Desde a década de 80 – quando as questões sobre a alfabetização plena começou a ser pauta frequente da educação – podemos afirmar que há mudança de percepção sobre o que é o ensino brasileiro, e a própria existência de questionamentos da mídia e sociedade civil já é prova disso. Percebe-se uma movimentação. O ensino tradicional, curricular e conteudista já não é mais suficiente, se o objetivo é a formação integral do cidadão. Integral, no sentido de não formar apenas para as questões escolares, mas para a vida. É importante que o compromisso da educação não esteja pautado em elevar os índices das avaliações, mas em preparar indivíduos capazes de entender a sua realidade e nela interferir.

O caminho é longo, mas possível de ser traçado. Estamos falando de um caminho para uma educação crítica e contextualizada, presente desde os anos iniciais do Ensino Fundamental. Inserir nas aulas elementos pedagógicos que deem maior significado ao ensino e à aprendizagem já é um passo importante nessa mudança. Nesse caso, programas que aliam mídia e educação – como o projeto Ler e Pensar, idealizado pela Gazeta do Povo – podem auxiliar a contextualização das informações na realidade social e facilitar o entendimento global. Discutir sobre a atualidade e articular questões culturais, sociais, econômicas e políticas com conteúdo escolar trazem resultados significativos para o desenvolvimento cognitivo e, portanto, para a formação de um leitor crítico, participativo e atuante em sociedade.

Ranking

Sim, o ranking das melhores escolas avaliadas pelo Enem é questionável. Mas o problema está no que fazemos com essas avaliações. Antes de tudo, elas devem ser instrumentos que meçam novas formas de se construir conhecimento. Devem avaliar o esforço que cada aluno e cada escola fizeram no desenvolvimento e na qualidade da educação; não servir como simples sistema classificatório e competitivo entre escolas. O ranking, além disso, também pode ser ponto de partida para entendermos as melhorias desses desempenhos. Para conseguir aprimorar suas notas no ano seguinte, é preciso aprimorar também sua estrutura de ensino.

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